Recife está entre as exceções do PT. PSB mira rejeição à sigla
O Recife é das poucas capitais onde o PT encontra-se em situação competitiva na corrida majoritária municipal. Desde a pré-campanha, enquanto o PSB trabalhava para manter a aliança com os petistas na Capital pernambucana, petistas, nas coxias, já sublinhavam que não valia a pena abrir mão do Recife, porque, em comparação com as outras capitais, era onde o partido pontuava melhor, conforme aferições internas. A direção nacional, então, bateu o pé em prol da candidatura própria. Havia, entre petistas, uma expectativa de que cidades como Fortaleza e Aracajú pudessem representar alguma surpresa. Mas, na capital cearense, quem figura em empate técnico nas primeiras colocações é Capitão Wagner (Pros) e Sarto Nogueira (PDT), estando Luizianne Lins (PT) em terceiro.
Além da situação mais confortável no Recife, o PT aparece como favorito em Vitória (ES), onde o ex-prefeito João Coser lidera pesquisas. Nas demais capitais, como Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, por exemplo, candidatos apoiados pelo ex-presidente Lula patinam. Com a possibilidade de Marília Arraes estar em um 2º turno com João Campos, que vem liderando pesquisas no Recife, aliados do prefeiturável socialista, nos bastidores, realçam a rejeição latente ao PT no cenário nacional e entendem que esse desgaste pesará sobre a prefeiturável. Há quem aponte a média histórica de votos similar do PT nos últimos pleitos. Em 2012, Humberto Costa teve 17,43%, ao final da disputa eleitoral, quando Geraldo Julio elegeu-se, no 1º turno, com 51,15%. Naquele ano, Geraldo contou com apoio do, então, governador Eduardo Campos, no auge de sua aprovação. Em 2016, João Paulo, concorrendo pelo PT, teve 23,76% e Geraldo Julio, 49,34% no 1º turno, em eleição já marcada pelo antipetismo e pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. O PSB, ali, apostava no voto útil do PSDB e do DEM para liquidar fatura no 1º turno, mas a disputa foi ao 2º turno. Este ano, ainda em agosto, o senador Humberto Costa, a despeito da decisão do PT de ter candidatura própria, alertou o seguinte: “A campanha não é contra o PSB!”. E reforçou que a estratégia deveria ser “a disputa política com o governo Bolsonaro”. A hipótese de estarem João Campos e Marília Arraes no 2º turno contrariaria essa projeção do embate com Bolsonaro, mas, como em 2016, a bolsa de apostas, entre socialistas, ainda gira em torno do voto útil, impulsionado pelo antipetismo, que não passa batido aos olhos de aliados de João Campos.
Fonte – Folha Pe