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Sondada para vice de Bolsonaro, Marília Arraes (PT) disse não ao presidente

Estrela em ascensão na política nacional, a deputada federal Marília Arraes (PT) foi sondada para ocupar a vaga de vice na chapa encabeçada pelo presidente Jair Bolsonaro, em 2022. Depois de pensar um pouco, Marília disse não ao presidente e desautorizou qualquer provável articulação futura nesse sentido. O eventual ingresso da pernambucana na chapa fazia parte de uma estratégia já antiga na política. Com forte presença no Sul e Sudeste, Bolsonaro precisa de inserção no Norte e Nordeste. E, para tal, cogita escolher um político ou uma política da região para ser companheiro ou companheira de chapa.
Marília tem dois trunfos, além do seu potencial de votos já comprovado nas urnas. Primeiro, é nordestina, vem de uma região onde Bolsonaro é ruim de voto, tendo sido derrotado, inclusive, por Fernando Haddad em 2018. Ao lado do presidente, ela trabalharia para reforçar um olhar regional durante a campanha. Segundo, é mulher. Sua presença na chapa amenizaria a saraivada de críticas que o presidente recebe diariamente por posturas sexistas e misóginas. Até aí, tudo certo, não fosse o “não” dito pela neta de Arraes.
Se aceitasse um potencial convite e Bolsonaro ganhasse, Marília nunca seria de fato acolhida pelo bolsonarista raiz, aquele que odeia petista e esquerdista. Se Bolsonaro perdesse com ela na vice, nunca mais Marília teria espaço em um partido de esquerda. Consequentemente, sua carreira política poderia estar fadada ao fim. Utilizando esse argumento, a parlamentar disse não ao presidente do PTB em Pernambuco, Coronel Meira, e ao ministro do Turismo, o também pernambucano Gilson Neto. Os dois foram os encarregados de sondar a deputada, que, em caso de “sim”, se filiaria ao PTB para concorrer.

Marília calculou bem os riscos e viu que, para sua carreira, é melhor ficar no PT, sobretudo, após fazer as pazes com o ex-presidente Lula e com a cúpula do partido. Mesmo ainda permanecendo a mágoa da legenda, já que se considera abandonada na luta pela Prefeitura do Recife ano passado, depois de ter sido tirada em 2018 na corrida pelo Governo de Pernambuco. Sem poder ficar sem mandato, Marília deve mesmo é candidatar-se à reeleição na Câmara Federal, mas sem perder de vista uma candidatura majoritária em âmbito estadual, se o cavalo passar selado.

Fonte – Fala PE

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