Com a nova negativa do secretário de Desenvolvimento de Econômico de Pernambuco, Geraldo Júlio, em candidatar-se a governador no ano que vem, cresce o debate interno na Frente Popular sobre o nome a ser lançado para suceder Paulo Câmara. Dois quadros que ainda não disputaram eleições figuram no topo da lista, segundo apurou a Coluna Fala PE: os também secretários estaduais José Neto (Casa Civil) e Fernandha Batista (Infraestrutura).
E a divisão está muito bem delimitada nos bastidores da aliança governista. Os prefeitos da base preferem Fernandha Batista. Já os deputados estaduais querem Zé Neto. É importante salientar que dos dois secretários só se ouve elogios. Tanto do ponto de vista técnico, quanto do político, e, sobretudo, da confiabilidade que inspiram em quem ocupa papel de destaque no projeto.
Amigo-irmão do governador Paulo Câmara desde os tempos do Tribunal de Contas, de onde também é auditor concursado, Zé Neto tem estirpe e DNA político. Vem de uma família de políticos; é sobrinho do ex-governador Joaquim Francisco, falecido recentemente. Totalmente identificado com Paulo Câmara, ocupa cargos de destaque desde o início do Governo Eduardo Campos; e é visto como uma extensão do atual governador.
Responsável pela tarefa de fazer a relação com a complicada base na Assembleia Legislativa, Zé Neto deu um show desde o primeiro momento. Com muito mais jogo de cintura e humildade que seus antecessores na Casa Civil, conseguiu quase que um milagre: ser uma espécie de unanimidade entre os deputados estaduais. Deles, só se escuta loas a Zé Neto. Uma escolha pelo titular da Casa Civil passaria tranquilamente pelo crivo da Casa de Joaquim Nabuco; importante para os planos do PSB de se manter no poder em uma eleição que se desenha como difícil.
Se Zé Neto é adorado pelos deputados estaduais, Fernandha Batista também é praticamente uma unanimidade; só que entre os prefeitos da Frente Popular, sobretudo, os do interior. Jeitosa, também com bastante jogo de cintura, a secretária de Infraestrutura é descrita por todos como extremamente atenciosa, de fácil acesso e de ampla resolutivodade. Os aliados falam que Fernandha responde WhatsApp rapidamente, está sempre pronta a ajudar e não faz questão de levar os louros de nada.
Fernandha é também uma candidata fácil de se vender. Tem um perfil que agrada muito o eleitor, segundo pesquisas internas. É mulher, negra, de fora da política tradicional, competente e com uma formação técnica sólida (tem doutorado na área de Engenharia Civil). Ou seja, disputando uma eleição polarizada, no possível embate contra outra mulher (Raquel Lyra, prefeita de Caruaru), a secretária de Infraestrutura é um bom páreo. Pesa a favor dela um orçamento bilionário para fazer inúmeras estradas no pós-pandemia. Só pautas positivas. E isso a gente sabe que dá muito voto.
Citadas as qualidades dos dois pretensos candidatos, é preciso destacar que, apesar das duas negativas, nem de longe Geraldo Júlio é carta fora do baralho. Apesar de não estar em evidência como manda a cartilha de ganhar eleição do PSB, nem dando entrevistas e nem acompanhando o governador no interior, o ex-prefeito do Recife continua sendo o candidato natural à sucessão de Paulo Câmara. Os socialistas e nem tampouco a Frente Popular construíram uma candidatura que não a do ex-prefeito.
Vamos aguardar para ver se essa desistência de Geraldo Júlio de concorrer dura mesmo, ou é só uma estratégia de preservação da imagem. Enquanto isso, Zé Neto e Fernandha Batista vão dominando o noticiário político e a bolsa de apostas com vistas ao pleito de 2022. O tempo está correndo. E rápido!
Fonte – Fala PE

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