PT nacional banca Marília
Vice-presidente da Executiva Nacional do PT, o deputado cearense José Guimarães e o secretário-geral Paulo Teixeira queimaram saliva por mais de dez horas, na última sexta-feira, no Recife, com dirigentes da legenda em Pernambuco e a pré-candidata do partido à sucessão do prefeito Geraldo Júlio, Marília Arraes, mas pegaram o voo de volta sem avançar um palmo sequer no plano da candidatura própria, objeto de resolução do diretório nacional para ser cumprida em todas as capitais.
O pivô da resistência é o senador Humberto Costa, que faz o jogo do PSB, do governador Paulo Câmara e do prefeito Geraldo Júlio, tudo em nome da manutenção dos 400 cargos que seu grupo mantém, de forma hegemônica, em todas as esferas do poder socialista. Ele já chegou nervoso ao encontro e a cada manifestação favorável de Guimarães e Teixeira em nome da resolução a ser cumprida também no Recife dava pitis que mais pareciam estado de grave descontrole emocional.
Os berros, insultos e ameaças de Humberto, entretanto, não impedirão de o PT bancar a candidatura de Marília, porque Recife não é uma ilha para ficar de fora do descumprimento da resolução nacional pela candidatura própria nas capitais e em todos os municípios com eleitorado acima de 200 mil, portanto de perfil para eleição em dois turnos. Não é da tradição e da cultura petista intervir, mas no caso do Recife, que não terá consenso, a direção do PT terá que fugir à regra.
O fato é que, depois das longas reuniões de sexta-feira passada, o PT vai colocar a tese da candidatura própria em votação na executiva municipal do Recife, onde Marília não tem maioria e deve levar uma grande desvantagem, perdendo o jogo no voto. Diante disso, só restará ao comando nacional petista a intervenção, passando por cima da instância municipal para bancar a candidatura da deputada, a segunda mais votada da bancada federal nas eleições passadas. Se não intervir, o que está fora de cogitação, Marília será, mais uma vez, fritada num caldeirão ardente.
Fonte – Blog do Magno