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Bolsonaro ‘não está com muita vontade de conversar’ com Lula, diz Mourão

O vice-presidente e senador eleito pelo Rio Grande do Sul, Hamilton Mourão (Republicanos), declarou, nesta quarta-feira, 14, que o presidente Jair Bolsonaro (PL) “não está com muita vontade de conversar com o novo presidente”, referindo-se ao processo de transição para o novo governo de Lula (PT). Bolsonaro ainda não reconheceu a vitória de Lula no pleito de outubro e falou em público poucas vezes desde a vitória do petista.

“As equipes que eles reuniram, que foram equipes volumosas, tiveram acesso a todos os dados necessários. Ninguém reclamou que não teve acesso a dados. Quanto a uma conversa específica entre o presidente que sai e o que entra, uma vez que o presidente Bolsonaro está recolhido… Acredito que [Bolsonaro] não está com muita vontade de conversar com o novo presidente, então fica um espaço vazio nisso aí”, declarou, em entrevista à Rádio Gaúcha.

Na resposta, o atual vice-presidente ainda disse que não acha que a falta de diálogo causará problemas “para que o novo presidente implemente o que julga necessário em termos do Poder Executivo”. Também garantiu que, no que se refere à vice-presidência, “tudo foi realizado da forma mais transparente possivel”. Mourão recebeu o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) em seu gabinete em novembro, em encontro para tratar da transição.

Ainda sobre a situação de Bolsonaro, Mourão afirmou que “o presidente está triste, está chateado por uma derrota” e voltou a dizer que quem sai perdedor de uma eleição “tem que ser desafiador e altivo”. Ainda afirmou que, se o atual presidente decidir passar a faixa para Lula, ele também comparecerá à cerimônia.

‘Quem tem que subir a rampa vai subir’

Mourão voltou a se manifestar sobre os atos golpistas praticados por apoiadores de Jair Bolsonaro em Brasília e em outras cidades do Brasil. Nesta segunda-feira, bolsonaristas radicais tentaram invadir prédio da PF e incendiaram carros e ônibus na capital federal. Segundo o vice-presidente, os atos são “inadmissíveis”, e os responsáveis devem ser “devidamente punidos de acordo com a própria lei”.

O vice-presidente, no entanto, afastou a possibilidade de atos violentos durante a cerimônia de posse do novo governo, em 1º de janeiro. “Sei que tem tropas das Forças Armadas preparadas para auxiliar a polícia do DF caso haja um tumulto de grandes proporções, mas, pela minha avaliação, até pelo próprio dia, 1º de janeiro… 1º de janeiro está todo mundo de ressaca, não vai acontecer nada. Quem tem que subir a rampa vai subir, e nós, que temos que descer, vamos descer. Segue o baile”, garantiu.

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