Os desafios de Raquel Lyra para as eleições de 2024
Não bastassem os desafios inerentes ao cargo, sobretudo no que se refere a apontar caminhos e resolver os problemas de Pernambuco, a governadora Raquel Lyra também tem pela frente, como principal líder do seu grupo político, a obrigação de garantir que o seu partido, o PSDB, seja o grande campeão nas eleições municipais de 2024. Conta a favor de Raquel neste processo o grande poder atrativo da máquina pública que é capaz de arregimentar prefeitos e outras lideranças, azeitando e impulsionando candidaturas, no entanto, a condução da política na gestão Raquel Lyra acaba por apontar para um horizonte bem menos promissor do que o real potencial.
O primeiro ponto a ser tratado sobre este assunto diz respeito a ausência dentro do PSDB de uma figura que cuide unicamente desta área. Alguém responsável por fazer o trabalho de arregimentar lideranças e fazer a ponte entre elas e o Palácio do Campo das Princesas. Essa pessoa tem que ser, sobretudo, experiente, que conheça bem o mapa político de Pernambuco e que não tenha pretenções eleitorais futuras, para não contaminar o processo de fortalecimento do PSDB.
O segundo ponto está relacionado a fazer o PSDB crescer diante de um cenário de grande concorrência que tem figuras políticas obstinadas em ampliar o poder de seus respectivos partidos. Neste contexto temos Eduardo da Fonte (PP), Miguel Coelho (União Brasil), Anderson Ferreira (PL) l, Sebastião Oliveira (Avante) e Silvio Costa Filho (Republicanos), além dos senadores Humberto Costa (PT), Fernando Dueire (MDB), o ministro André de Paula (PSD) e João Campos (PSB). Este último, embora esteja concentrado na sua reeleição para a Prefeitura do Recife, terá em breve a Codevasf, um verdadeiro ‘canhão’ que estará sob o comando de um aliado. O órgão, que possui grande capilaridade no interior, servirá para evitar uma grande debandada no partido.
Por fim, o terceiro ponto diz respeito a governadora chegar em 2024 com uma gestão aprovada, garantindo desta forma a condição de cabo eleitoral capaz de transferir votos, para isto precisará até lá realizar entregas que caiam no gosto dos pernambucanos.
Tendo como parâmetro as dias últimas eleições municipais, o PSDB, sem ser governo, elegeu 13 prefeitos em 2016 e caiu para 5 em 2020. O PSB, no governo, elegeu 68 em 2016 e caiu para 54 em 2020. Em 2008, na primeira eleição municipal do então governador Eduardo Campos a frente do governo, o PSB emplacou 49 prefeitos. O PSDB com Raquel a frente do Palácio do Campos das Princesas conseguirá eleger quantos prefeitos em 2024?
Fonte – Blog Ponto de Vista