Recife tem 1.806 moradores de rua, diz novo censo municipal; conheça histórias de pessoas que vivem sem um teto
O Recife tem hoje 1.806 moradores de rua. A maioria são homens (75%), adultos (83%), de cor preta ou parda (80%), que nunca voltaram a viver numa residência desde que saíram da casa onde moravam (55%). Além disso, boa parte deles não sabe ler ou escrever (22%), é dependente de álcool e outras drogas (30%) e apresenta algum tipo de deficiência (41%).
Os dados são da primeira edição do Censo da População de Rua, realizado pelo Instituto Menino Miguel, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), em parceria com a prefeitura do Recife.
O número de pessoas identificadas pelo levantamento é 30% maior do que o da última contagem feita pelo poder público municipal antes da pandemia, segundo o professor Humberto Miranda, que coordena a Escola de Conselhos do instituto e atua no Departamento de Educação da universidade.
“Existe o fator pandemia e o fator economia, porque a gente está vivendo ainda uma crise financeira muito grande e isso impacta diretamente a própria mobilidade [social] das pessoas, à medida que elas perdem casa, emprego”, afirmou o pesquisador.
De acordo com o levantamento, apenas 20% dessa população é acolhida nos abrigos da prefeitura.
Para o professor Humberto Miranda, isso mostra que é preciso construir mais espaços de assistência fora do Centro da cidade, onde se encontra a maioria das pessoas que vivem sem um teto.
“O número de equipamentos oferecidos pela prefeitura atende uma parte [da população de rua]. O censo conclui que é necessário ter mais equipamentos, inclusive na RPA (Região Político-Administrativa) 6, que envolve Boa Viagem e Setúbal e que, depois da RPA 1 (Centro), é a que mais tem pessoas em situação de rua”, explicou o especialista.
Fonte – G1