Ministério dos Direitos Humanos confirma que pagou passagens e diárias para esposa de chefe do Comando Vermelho
O Ministério dos Direitos Humanos (MDH) confirmou, em nota, nesta quarta-feira (15), que pagou passagens e diárias para Luciane Barbosa Farias, apontada como esposa de um dos chefes do Comando Vermelho, participar de um evento da pasta em Brasília.
Em comunicado, o Ministério dos Direitos Humanos confirmou os pagamentos e destacou que os Comitês de Prevenção e Combate à Tortura possuem autonomia orçamentária e administrativa.
“O custeio de passagens e diárias foi realizado com recursos de rubrica orçamentária destinado pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania ao Comitê, que observou as indicações dos comitês estaduais para a participação no encontro”, disse a pasta. Entretanto, o valor dos gastos com a integrante do Comando Vermelho não foi revelado e o seu nome não consta no Portal da Transparência.
Luciane Barbosa Farias, ‘a dama do tráfico’, se reuniu com autoridades do Ministério da Justiça e Segurança Pública e do MDH na capital federal. O Encontro de Comitês e Mecanismos de Prevenção e Combate à Tortura foi realizado nos dias 6 e 7 de novembro, e Luciane foi convidada a participar como representante do Amazonas.
O MDH ainda afirmou que Luciane teria sido indicada pelo Comitê Estadual do Amazonas. “Nem o ministro, nem a secretária, nem qualquer pessoa do gabinete do ministro teve contato com a indicada ou mesmo interferiu na organização do evento que, insistimos, contou com mais de 70 pessoas do Brasil todo e que franqueou aos comitês estaduais a livre indicação de seus representantes, explicou a nota enviada pelo ministério do governo.
Desde abril do ano passado, Luciane Barbosa se apresenta como presidente da Associação Liberdade do Amazonas (ILA). No site da ONG, a entidade descreve a sua atuação em favor dos direitos humanos e fundamentais de presos e familiares de presos. Entretanto, para a Polícia Civil do Estado do Amazonas, a organização seria financiada pelo Comando Vermelho e trabalharia para defender os interesses da facção criminosa.
Fonte – JC