Rosa Amorim denuncia escalada de conflitos no campo
Na sessão plenária desta quarta-feira (16), da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), a deputada estadual Rosa Amorim (PT) denunciou os recentes conflitos nas áreas rurais de Jaqueira, na Mata Sul, e em Santa Maria da Boa Vista, no Sertão pernambucano.
“É uma onda de violência que vem se alastrando pelo estado de Pernambuco envolvendo famílias de trabalhadores rurais e famílias que lutam pela terra. São verdadeiras operações de guerra montadas para tirar as famílias do campo. São dezenas de viaturas, helicópteros, caminhões, que usam sua força em uma operação violenta e desumana que expulsou crianças, mulheres e idosos das terras do Acampamento Nova Boa Vista”, afirma a deputada.
O despejo do Acampamento Nova Boa Vista, na Zona Rural de Santa Maria da Boa Vista, aconteceu no último dia 9 e chocou pela truculência e abuso da Polícia Militar de Pernambuco, que prendeu dois militantes do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST). As dívidas do latifúndio da Farm Fruit, onde o Acampamento se instalou, superam o valor da terra e da indústria instalada, que está sucateada há mais de 20 anos sem uso produtivo. Depois desse despejo, as famílias reocuparam as terras.
Já no fim do mês de setembro, na Comunidade do Barro Branco, localizada na Zona Rural do município de Jaqueira, homens armados invadiram a comunidade e dispararam tiros contra agricultores e agricultoras. Os pistoleiros só saíram das terras no dia seguinte, depois que policiais chegaram ao local. Três pessoas foram baleadas, mas ninguém foi detido. As 1500 famílias já vivem e trabalham nas terras há gerações e tem direito às propriedades como posseiros.
Rosa ressalta que o legislativo não deve se omitir diante dos casos. “O Estado precisa tomar parte, investigar e responsabilizar os culpados. A Comissão de Direitos Humanos recebeu hoje a denúncia de que policiais militares estão participando das ações contra a comunidade. Temos que cobrar do Estado os encaminhamentos, um deles a promoção de uma audiência pública para discutir os graves conflitos agrários que estão acontecendo no estado”, finaliza a parlamentar.