A maior crise do PSB
Em que pese a derrota que sofreu nas últimas eleições para governador, o PSB ainda é a maior legenda organizada em Pernambuco. Em recente entrevista à Rádio Folha, o presidente do diretório estadual, Sileno Guedes, reforçou essa realidade destacando a capilaridade do Partido: maior plantel de prefeitos, maior número de vereadores, inclusive no Recife, maior bancada na Assembleia Legislativa, além da maior bancada na Câmara Federal”. E concluiu dizendo que o Recife é o maior desafio para as eleições de 2024. Por trás das suas palavras, existe, na verdade, um sentimento e uma preocupação que ele não revelou: há um embate silencioso entre as bases do partido desde os períodos pré, durante e pós campanha das eleições do ano passado, com desdobramentos na rearrumação de forças partidárias nos cenários municipais do próximo ano, calendário eleitoral para prefeitos e vereadores, e para o destino dos socialistas. Para onde caminhará o PSB? No modelo de Sileno Guedes, porta-voz dos conservadores do partido, o que vale é a matemática. Os números frios e a compreensão meramente calculista. Ele verbaliza a escola do pragmatismo que se instalou no partido após as mortes de Miguel Arraes e de Eduardo Campos, e que se consolidou internamente com a ascensão dos tecnocratas sem nenhum vínculo de luta política, a partir do comando do ex-prefeito Geraldo Júlio. Mas, para os que descendem dos legados de Arraes e de Eduardo, que construíram ao lado desses o projeto político de um partido de esquerda, fincados, minimamente, em bases sólidas, com militantes e dirigentes ideologicamente identificados com a luta popular e democrática dos anos 80, a visão é outra. Ela parte do pressuposto, como defendiam Arraes e Eduardo, de que a política partidária deve ter como alicerce critérios de formação, de unidade e de identidade com compromissos históricos daqueles tempos de combate à ditadura. Fonte – Blog do Magno #politicapernambucana #politica