Após um ano da tragédia que matou 133 pessoas no Grande Recife, marcas de destruição continuam nas áreas de risco
Um ano depois da tragédia que deixou mais de 130 pessoas mortas em meio às fortes chuvas na Região Metropolitana do Recife, sobreviventes ainda cobram soluções para as áreas de risco e denunciam a falta de apoio.
Na comunidade da Lagoa Encantada, no bairro da Cohab, Zona Sul do Recife, montanhas de barro compõem o cenário de uma das ruas mais afetadas, a Rua Mariano Carneiro da Cunha. Foi no mesmo bairro que Marcos André de Andrade Correia, acompanhou os últimos segundos da mãe, Dona Mana, que morreu soterrada.
A reportagem faz parte da séria “Reféns do Morro”, que revisita, após um ano, as famílias afetadas pelas chuvas que provocou a maior tragédia de Pernambuco do século (veja o vídeo completo que foi ao ar no telejornal no final desta reportagem).
Dona Mana tinha saído da casa no dia 27 de maio de 2022, após a Defesa Civil recomendar o isolamento do local devido ao risco de desabamento. Ela, então, foi para a casa da amiga Sônia. Um dia depois, a casa de Sônia foi atingida por uma barreira.
“Ficamos na UPA aguardando uma ambulância chegar para que ela fosse transferida para um hospital de maior porte, mas a viatura não conseguia passar por conta das chuvas. Ela morreu lá”, lembra Marcos à TV Globo.
🏠 A casa dele é fica ao lado da casa da mãe. O imóvel não chegou a ser atingido, mas precisou ser desocupado devido ao risco de desabamento da barreira, que fica bem atrás.
💲 Desde então, marcos paga R$ 600 de aluguel, o que recebe de auxílio moradia da prefeitura cobre apenas a metade do valor.
💸 “Eles [prefeitura] dão um auxílio de R$ 300 que não dá para pagar uma casa, ainda tenho que completar com o meu salário”, disse. Ele também afirma que não chegou a receber ajuda do governo do estado. “Eles falaram de uma pensão vitalícia, mas não deram suporte nenhum, nada mesmo”, conta Marcos.
Na Lagoa Encantada, dezenas de casas estão desocupadas e alguns imóveis estão à venda, mas, apesar de não terem sido atingidos, estão em áreas de risco. Moradores que estão há anos na comunidade contam que de um ano para cá o silêncio tomou conta das ruas.
Fonte – G1