Deputados de Pernambuco repercutem apoio de Bolsonaro a manifestações contra o Legislativo
Deputados federais por Pernambuco comentaram sobre polêmica de suposto vídeo compartilhado pelo presidente Jair Bolsonaro em que ele convoca cidadãos para manifestações contra o Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal no dia 15 de março.
A notícia veio de colunista do BR Político, Vera Magalhães, que publicou no site um print do que seria uma conversa de WhatsApp em que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) dispara um vídeo que mostra a facada que ele sofreu em 2018, em Juiz de Fora, convocando a população para um ato no dia 15 de março, para defendê-lo, mas que está sendo interpretado como uma ação contra o parlamento, gerando diversas críticas de políticos nas redes sociais.
Para a deputada federal e pré-candidata à Prefeitura do Recife, Marília Arraes (PT), ato de Bolsonaro seria um “atentado à democracia”. “É mais uma vez o comportamento perigoso de quem não preza pela Democracia, não respeita as instituições e, sobretudo, a Constituição. Congresso e Judiciário têm que tomar atitudes concretas contra esse atentado à democracia. Se nos calarmos, seremos cúmplices”, disse.
Já para o deputado federal Tadeu Alencar (PSB), o presidente Jair Bolsonaro “brinca com fogo” e demonstra “desprezo” pelas instituições quando apoia manifestações desse propósito. “É extremamente grave a atitude do presidente da República ao compartilhar, em rede social, uma mensagem de grupos extremistas que pregam – em manifesta afronta à Constituição – o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal. Ao se permitir tamanho ataque à Democracia, que não prescinde do funcionamento independente e harmônico dos Poderes, o Presidente Bolsonaro demonstra um desprezo pelas instituições que não pode passar em vão”.
“É necessário enérgica resposta do parlamento, da Suprema Corte mas, em especial, da sociedade, que há muito tem minimizado os arroubos autoritários de quem jurou, mas esqueceu rápido, defender a ordem democrática. Se claudica nesse dever fundamental deve ser chamado à responsabilidade. O Presidente brinca com fogo; os democratas de todos os colores não devemos permiti-lo, sob pena de grave omissão histórica”, concluiu o deputado
O deputado Augusto Coutinho (Solidariedade) se diz cauteloso quanto às afirmações da colunista e de Bolsonaro, mas defendeu as instituições. “Sou cauteloso em avaliar afirmações que não temos clareza nelas, principalmente com esse perigoso instrumento de Fake News, contudo, entendo que às instituições brasileiras estão consolidadas e imunes a qualquer movimentação que afronte a nossa democracia”, explicou.
O deputado Sílvio Costa Filho utilizou do Twitter para se manifestar sobre o assunto. Ele afirmou que “a intolerância, o desrespeito, a busca pelo retrocesso Democrático, infelizmente, esse é o Pior caminho. Não é fragilizando as instituições que vamos sair da crise econômica e construir um País mais justo e solidário!”, escreveu.
Também no Twitter, o deputado e prefeiturável João Campos (PSB) defendeu que a democracia deveria estar acima de qualquer debate de viés ideológico. “Não é de hoje que o presidente Jair Bolsonaro é relacionado a posicionamentos antidemocráticos. Em nenhuma hipótese, caberia a um presidente da República compartilhar uma mensagem que fere a Constituição. Em um momento crítico como esse, cabe ao Parlamento e a setores da sociedade civil e organizada se posicionar firmemente contra esses graves arroubos. A defesa da democracia está acima de qualquer viés ideológico”, cravou o socialista.
Através da sua conta no Instagram, o deputado federal Raul Henry (MDB) classificou como “inadmissível” a atitude do presidente da República. “Considero inadmissível um presidente da República convocar um ato público para confrontar as instituições do nosso País. Uma das características fundamentais de um sistema democrático é a independência e a harmonia ente os poderes. Esses são princípios invioláveis da Constituição, que o presidente jurou respeitar. O maior patrimônio da sociedade brasileira é sua democracia e não podemos abrir mão de sua defesa jamais”, declarou o parlamentar, no comunicado.
Fonte – JC