Distribuição de cloroquina em comunidades vira alvo de investigação
O Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) informou que está investigando a caravana Doutores de Verdade que promove, com o apoio da deputada estadual Clarissa Tércio (PSC), a distribuição da medicação para o tratamento. De acordo com o Cremepe, foi instaurando um expediente de apuração das informações referentes ao programa “Doutores da verdade”, mas que o expediente corre em sigilo processual para não comprometer a investigação.
Na semana passada, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) oficiou o Conselho para saber que providências o órgão tomou em relação ao fato. A polêmica no uso da hidroxicloroquina no combate ao vírus da Covid-19 tem ganhado cada vez mais holofote em Pernambuco. De acordo com a deputada, a discussão ficou politizada e os médicos, que estão sendo investigados pelo Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), tem a liberdade de prescrever qualquer remédio.
“Os resultados são grandes, visíveis e palpáveis. Por uma questão política, eu acredito que as pessoas fizeram uma pressão e politizaram a medicação. Os médicos estão fazendo o bem e prescrevendo porque tem a liberdade para prescrever o que quiser”, destaca. Tércio ainda salientou que hospitais particulares do Recife já têm adotado o medicamento no tratamento da Covid-19. “É um protocolo que será provado, que é capaz no tratamento. As redes de hospitais particulares estão usando. Eu creio que um dia será provado a eficácia do remédio e que existem médicos competentes. Muitos desses são conscientes da eficácia”, completa.
Doutores de Verdade é uma caravana em que um grupo de médicos promove o tratamento do novo coronavírus através do uso do remédio hidroxicloroquina em comunidades do Recife. Na semana passa, a advogada Dani Portela (PSOL) protocolou uma representação no Ministério Público de Pernambuco (MPPE) contra a caravana.
Ela afirma que não é contra e nem a favor do remédio porque não é médica e nem tem base científica para emitir juízo de valor, mas pede para averiguar a distribuição discriminada da medicação que, segundo ela, causa efeitos colaterais grave.
“A gente não pode fazer a população da periferia da população de cobaia e nem criar marketing nesses corpos. Por isso, não vejo como politização, mas uma preocupação ao coletivo da população. O que eu peço é para averiguar se não há crime de saúde pública ao órgão competente para que tomem a medida necessária e não coloque a comunidade recifense em risco”, frisou. A advogada ainda destacou o perigo da medicação ser apresentada como uma solução que pareça milagrosa e dê falsa aparência de combate ao vírus e leve a população a relaxar nas medidas mais rígidas do isolamento social por causa da medicação, neste momento da pandemia.
Fonte – Blog Folha PE