Ilhados há mais de 15 dias, moradores usam barco improvisado com madeiras e cordas em comunidade de Jaboatão
Há mais de 15 dias, moradores do Engenho Santana, na zona rural de Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, estão ilhados. O temporal de 28 de maio arrastou a ponte que facilitava a circulação. A pista de barro, alternativa para quem vive no local, está intransitável, cheia de buracos. Sem ajuda e com medo, a saída é improvisar um barco com madeiras, puxado por cordas (veja vídeo acima).
Na comunidade, as crianças não conseguem ir para escola. Pessoas com problemas de saúde têm dificuldade para conseguir transporte para se deslocar até o médico. São 31 famílias prejudicadas. Na área, todo mundo é parente ou se conhece há anos.
E tudo isso acontece depois das chuvas que deixaram 129 mortos e afetaram quase de 40 mil pessoas, que ainda estão desalojadas ou desabrigadas, segundo a Defesa Civil de Pernambuco.
Agricultora, Josefa Francisco diz que não usa o barco improvisado para atravessar o rio. Ela tem muito medo. “É fundo. Se cair, a pessoa morre”, declara.
O assistente de logística Alexandre Domingos ressalta o problema enfrentado pelas pessoas mais velhas e com problemas de saúde.
“Minha madrinha, que já tem mais de 90 anos, às vezes, passa mal. E se ela tiver um problema maior. Como vai sair daqui?”, questiona.
Logo depois da destruição da ponte, os moradores usaram uma caixa d’água para transportar, de forma improvisada, alimentos e material de limpeza, para entregar a quem vive na área.
A Marinha do Brasil levou um barco para a comunidade, mas esse auxílio não está sendo mais prestado.
Os moradores também aguardam uma solução definitiva, com a construção de uma nova ponte. Mas, até agora, é só promessa.
“Disseram que ia ter bote durante duas semanas, mas não tem mais. A gente achava que ia continuar”, afirmou Joselane Nascimento.
De noite, os moradores dizem que a situação é ainda pior. “Minha esposa chega às 21h e isso aqui é terrível”, declara Israel Silva.
E as notícias ruins não param de chegar aos moradores. O barco improvisado com madeira e cordas é emprestado por um morador e ele vai ter que pegar de volta a embarcação.
“Vou deixar no máximo dez dias. Depois, vou ter que usar. Dependo dele para ganhar o pão do meu dia a dia”, disse Adenilson Santos.
Fonte – G1
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