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Miguel diz que não aceitará medidas mais severas

Na última sexta-feira, os municípios de Caruaru e Bezerros, no Agreste do Estado, iniciaram um período de restrições mais rígido, determinado pelo Governo de Pernambuco, para aumentar o isolamento social e diminuir a velocidade da contaminação pelo novo coronavírus. As medidas foram consideradas pelo prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (MDB), como um “prenúncio” do que o Governo pode fazer no município. Ele, no entanto, critica as restrições mais severas e defende mais diálogo e uma análise dos “números absolutos”.

“Sempre deixei muito claro: se for necessário retornar medidas mais rigorosas nós vamos tomar, mas sempre baseado nos números”, explica. Miguel analisa que as restrições “não são coerentes” se os números forem comparados com os do Recife, que começa a flexibilizar a abertura de alguns setores. Comparando dados dos dois municípios, ele indica que Petrolina está “em uma situação muito mais confortável do que outras cidades”, mas reconhece que, por não ter uma cura para a doença, é preciso manter o trabalho contra a disseminação. “Se estão preocupados com vidas e em salvar vidas, o Recife teria que estar em lockdown até agora”, complementa. De acordo com dados do último sábado, Petrolina confirmou 811 casos da Covid-19 e 26 óbitos causados pela doença. A prefeitura destaca que foram realizados 13.946 testes. A taxa de mortalidade é de 7,4% e letalidade é de 3,2%.

Para o gestor municipal, a fala do secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, na sexta-feira passada, durante a coletiva de imprensa para comentar as novas medidas em Caruaru e Bezerros significa “quase um aviso”. “Um prenúncio do que eles querem fazer. O Governo do Estado não sabe a realidade tão bem quanto as prefeituras”, ponderou. “(A decisão) tem que ser dialogando, não pode ser tomada na calada da noite como fechar Caruaru como fecharam, sem nem consultar a prefeita (Raquel Lyra)”, argumentou. “Não podemos e não vamos aceitar imposição de quem está a quilômetros de distância daqui”, complementou.

Entre outras coisas, André Longo pediu, na ocasião, a colaboração das pessoas e também das prefeituras que compõem a “quarta regional de saúde”. “Sabemos dos transtornos causados por estas medidas, mas elas só estão sendo tomadas porque são extremamente necessárias”, explicou. O titular da pasta de Saúde também ressaltou que o isolamento mais rígido visto, em particular, na Região Metropolitana do Recife foram exitosos “graças ao empenho e a conscientização fundamental da população que ajudou muito.” .

Além das críticas às medidas de isolamento social, Miguel Coelho também criticou a demora do Estado para realizar a entrega de respiradores: “em dias para chegar”. No último sábado, Petrolina recebeu seis caminhões com equipamentos para o enfrentamento do novo coronavírus. Foram enviados pelo Governo do Estado 50 respiradores, 50 monitores multiparamétricos, 31 camas hospitalares, 40 concentradores de oxigênio e 108 mil itens de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) para os profissionais de saúde.

Procurado, o Governo de Pernambuco não comentou as declarações.
Fonte – Blog Folha PE

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