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‘Minha gestão não será de gabinete’, tenente-coronel Sílvio Prado

Agora tenente-coronel Sílvio Prado, até então coordenador da Defesa Civil de Aracaju, como secretário municipal da defesa social e cidadania, substituindo o coronel Luís Fernando Almeida, que solicitou seu desligamento da função. Bacharel em engenharia de incêndio e pânico e engenheiro civil pela universidade federal de Sergipe, Sílvio foi comandante do 1º subgrupamento independente do corpo de bombeiros de Sergipe, chefiou a assessoria técnica de obras e serviços da mesma corporação e foi coordenador geral da defesa civil do município de Lagarto, sendo, no dia 25 de abril de 2022, promovido ao posto de tenente-coronel, do corpo de bombeiros militar de Sergipe. Confira a entrevista do JC com o novo secretário.

JORNAL DA CIDADE – Quais as causas dos alagamentos em Aracaju?

SÍLVIO PRADO – Um dos maiores motivos e dificuldades que Aracaju tem, no que se refere ao escoamento de água pluvial, está relacionado à sua baixa altitude, em relação ao nível do mar. Nós temos uma média de quatro metros de altitude, em Aracaju como um todo, levando em consideração a sua territorialidade. Em algumas áreas, como na zona Norte, um relevo mais elevado; em outras áreas um relevo mais baixo, como na zona Sul e Centro da cidade; e em algumas áreas um nível de relevo abaixo do nível do mar, como é o caso, por exemplo, de trechos do canal da Airton Teles.

JC – E quais as consequências disso?

SP – Essa baixa altitude dificulta o que chamamos de caimento, que é a inclinação, por gravidade, necessária para que o escoamento da água se dirija aos rios que cortam a nossa cidade, como o Rio do Sal, Rio Sergipe, Rio Vaza-Barris, Rio Poxim e Rio Pitanga. Além disso, quando nós temos uma maré alta, acima de 2,2m, esses canais de drenagem urbana sofrem com a influência dessa maré, pois a água do rio ocupa o canal, dificultando a entrada da água das ruas, que ficam sem força de drenagem. Isso ocorre, pois, a altura manométrica que o canal exerce, ou seja, a lâmina d’água do canal, está muito superior ao caimento de água das ruas. 

Então, a água fica empoçada nas ruas. Mesmo com todos os canais limpos, as ruas limpas, e drenagem limpa, esse fenômeno ocasionado pela maré acontece em boa parte da cidade, a exemplo do canal da Anísio Azevedo, canal da Airton Teles, do Jardim Bahia, como também no canal do Santa Maria e Santa Lúcia, que são os canais mais importantes da nossa cidade e sofrem com a influência da maré.

JC – E o que pode ser feito para evitar esses alagamentos?

SP – Temos uma facilidade de escoamento quando a maré está baixa e uma dificuldade maior quando a maré está alta. Existe uma forma de resolver? Para a engenharia, sempre existe e temos projetos que visam a resolução desses problemas. O primeiro projeto piloto deve ocorrer no canal da Anísio Azevedo, que irá bombear a água do canal para o rio. Já temos o projeto pronto para isso, e estamos aguardando recursos para a execução. Além disso, executamos, em Aracaju, o projeto de limpeza mecanizada e manual do sistema de drenagem urbana e varrição de rua durante todo o ano, justamente para evitar que resíduos sólidos, descartados irregularmente nas ruas, entrem na rede de drenagem. Basta que uma garrafa pet, uma bolsa plástica entre em um bueiro, ou em uma tubulação de drenagem, que obstrui toda aquela rede de drenagem. Também estamos com o projeto piloto de instalação de ecobueiros, para reter esses resíduos sólidos no período que compreende uma varrição da rua e outra, para que esse resíduo não seja encaminhado para a rede de drenagem. Esse trabalho vem sendo feito em conjunto com a Emsurb, Emurb, e Defesa Civil.

JC – Como foi receber o convite para assumir a secretaria?

SP – Fiquei muito lisonjeado, porque sempre fui um trabalhador operacional, sem nenhuma indicação política, então nunca imaginei a possibilidade de chegar a ser secretário. Somente em uma gestão como a de Edvaldo, que valoriza quem trabalha e quem tem capacidade técnica, que isso foi possível. O fato da minha nomeação é a prova de que quem trabalha e apresenta resultados pode conquistar outros espaços mais importantes, isso é um incentivo para todos os servidores da gestão.

JC – Sua atuação enquanto coordenador da Defesa Civil sempre foi muito presente, participando do atendimento às ocorrências, prestando esclarecimentos à população. Agora, enquanto secretário, pretende manter essa atuação mais direta?

SP – Uma coisa que mencionei com o prefeito na posse é que preciso da rua para poder ter a noção do que é necessário fazer. Minha gestão não será de gabinete, e essa é uma das características de todos os secretários nomeados por Edvaldo. É uma equipe que chega junto, vai para a rua ver a realidade da população. Estar no local, ver quais são as necessidades dos aracajuanos, é algo que amo fazer, é o que me motiva e faz meu sangue ferver. Continuarei trabalhando assim, pois ir para a rua me dá bagagem para entender as necessidades da população e me ajuda a ter ideias para encontrar soluções criativas e eficientes para os problemas que vejo.

Fonte: Jornal da Cidade

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