O movimento de risco do Republicanos
Nas eleições de 2014, no auge da popularidade do então governador Eduardo Campos que disputaria a presidência da República com cerca de 80% de aprovação, PSDB e Democratas fizeram um processo de aproximação com o PSB, integrando a Frente Popular e apoiando a candidatura de Paulo Câmara ao governo de Pernambuco.
Há quem afirme que aquele movimento foi fundamental para o PSDB eleger três deputados federais e para o DEM garantir a reeleição de Mendonça Filho, sem a aliança com o PSB, ambos poderiam ter reduzido suas respectivas bancadas. É importante salientar que naquela ocasião a força do PSB era muito grande e a frente política montada por Eduardo foi a maior da história de Pernambuco.
O Republicanos do deputado federal Silvio Costa Filho tem realizado em 2020 um caminho inverso. Num momento em que o PSB dá sinais de fadiga de material, o parlamentar está em um processo de realinhamento com a Frente Popular. O partido, que apoiou Armando Monteiro em 2014 e 2018 e João Paulo em 2016, está chegando no momento mais duro do PSB nos quatorze anos de hegemonia em Pernambuco.
Apesar de ser um movimento arriscado, o partido poderá ampliar de forma significativa seu tamanho em Pernambuco, com o lançamento de mais de 40 candidatos a prefeito em todo o Estado, em especial nas cidades de Jaboatão e Camaragibe. Um vez que Paulo Câmara continuará governador até 2022 e se o Republicanos tiver resultados expressivos em 2020 poderá chegar fortalecido para reivindicar algo maior nas eleições gerais.
Política é a arte de correr riscos, se o movimento der errado, Silvio Costa Filho e o Republicanos arcarão com o ônus da decisão, mas numa eventual vitória do PSB em 2020 no Recife, que não pode ser descartada dada as circunstâncias das últimas sete eleições vencidas pela Frente Popular, o Republicanos será um importante pilar de sustentação do PSB em Pernambuco e Silvio, que vem realizando um belo trabalho no Congresso Nacional, poderá ajudar neste novo ciclo do PSB.
Fonte – Edmar Lyra