‘O partido está sinalizando para um outro projeto’, desabafa Túlio
Por várias vezes, durante a coletiva de Imprensa que concedeu, ontem, o deputado federal Túlio Gadêlha realçou que o projeto de disputar a Prefeitura do Recife não é seu. Disse que o partido pode até permanecer na gestão Geraldo Julio, e que, sendo assim, ele não concorrerá.
Túlio evita criticar o presidente nacional da sigla, Carlos Lupi, mas não deixa de registrar que as palavras ditas pelo dirigente não se reproduziram na prática. Logo de início, pontuou: “Nunca partiu da minha cabeça o interesse de disputar uma pré-candidatura na cidade.
Essa declaração sempre foi dada pelo nosso presidente nacional (Carlos Lupi)”. Ao relatar que entregou um documento, ainda ontem, a Carlos Lupi, estabelecendo quatro prazos a serem cumpridos pela direção nacional como condição para sua permanência no páreo, Túlio advertiu: “Caso isso não aconteça, não temos interesse de discutir um projeto majoritário na cidade”. Os prazos listados são curtos e envolvem os seguintes pleitos: formalização na Justiça Eleitoral de seu nome como presidente da comissão provisória no Recife (12 de março), saída dos pedetistas da gestão Geraldo Julio (13 de março), acesso à senha do Sistema de Filiação Partidária – Filia (17 de março) e realização de convenção para eleição de um diretório a substituir a comissão provisória (28 de março). À coluna, o deputado admitiu o seguinte: O partido está sinalizando para um outro projeto”. Indagado se estava se referindo à aliança com o PSB, assinalou: “Para aliança com outro partido, que pode ser o PSB”. Está sentindo isso? Túlio desabafou: “Lógico que estou sentindo, porque existem figuras do meu partido que querem essa aliança e eu tenho percebido isso.
Mas isso não me afeta politicamente”. Questionado se faltaram gestos de Lupi, Túlio contemporiza: “Ele vinha falando e os gestos sempre foram muito corretos comigo, eu tenho que ser justo. Mas as ações do partido não aconteceram”. O deputado defende que “as ações têm que corresponder aos gestos”. E dá um ultimato:
“As ações, agora, são a pactuação desses prazos para que a gente possa entrar nessa disputa”. Ou não.
Fonte – Folha PE