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Pré-candidata em Lagoa dos Gatos acusada de receber R$ 200 mil

Pré-candidata a prefeita de Lagoa dos Gatos, Aldenora de Boró, recebeu nos anos de 2019 e 2020 quase R$ 10.000,00 por mês, algo em torno de 200 mil reais ao todo, possivelmente como funcionária fantasma da Assembleia Legislativa.

Uma informação retirada do Portal da Transparência da Assembleia Legislativa de Pernambuco (ALEPE) vem repercutindo em Lagoa dos Gatos, no agreste pernambucano. A pré-candidata Aldenora Jarleide Morais Pereira (PSB), que é sobrinha do atual prefeito, recebeu entre 13 de fevereiro de 2019 e 27 de maio de 2020, salário de aproximadamente R$ 9.197,71, como Assessora Especial do gabinete de um deputado, totalizando quase R$ 200.000,00.

A população da cidade está revoltada com a situação e já há uma representação do PSC municipal pedindo para que o Ministério Público atue, uma vez que o cargo de Assessor Especial precisa ser desempenhado no gabinete para o qual foi nomeado, podendo, “quando necessário, exercer suas atribuições em âmbito estadual”, ou seja, fora do gabinete (artigo 10 da Lei Estadual nº 15.985/2017). Acontece que, de acordo com a representação, a Sra. Aldenora exerce as atividades privadas do lar, nunca tendo realizado trabalho na esfera da administração pública – assessoria parlamentar.

Um cidadão, com quem tivemos contato, explica a situação: “Eu acho um absurdo um negócio desse. Nós nunca vimos ela se dirigindo até Recife. Acredito que ela nem sabe onde é a Assembleia”, disse. “Enquanto a gente, o povo, se esforça tanto pra receber nosso salário, vem pessoas assim e levam o dinheiro público sem nem trabalhar”, disse outro.

A representação do PSC chama a tenção para o fato de o esposo da Sra. Aldenora, o ex-pré-candidato Nau Boró, poder ser o verdadeiro beneficiário da situação, o que pode indicar um esquema de “rachadinha” e de servidor “laranja”.

Ele a escolheu como pré-candidata para substituí-lo porque ele, Nau Boró, foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral junto da ex-prefeita Verônica Soares, em abril deste ano, por terem cometido crime eleitoral (abuso de poder político e econômico), na eleição de 2016, quando foram derrotados.

A representação pede que o Ministério Público e outros órgãos apurem se a pré-candidata, Sra. Aldenora, realizou algumas das atribuições do cargo, ou seja, “fazer estudos e coligir elementos a serem utilizados pelo titular do Gabinete em seus pronunciamentos e proposições; emitir parecer sobre os assuntos que lhes forem submetidos pelo titular do Gabinete; colaborar com o Titular do Gabinete com sugestões, na formulação dos seus pronunciamentos, consolidando-os ou dando-lhes redação final; colaborar com a chefia do Gabinete nos assuntos de sua competência que lhes forem submetidos” (Anexo III, da Lei estadual nº 10.568/1991). Se bateu ponto na Assembleia, enviou e-mails, mensagens por telefone, ou algum meio que comprove a realização destas atividades.

Aldenora é sobrinha do Prefeito, Misso de Amparo. Se, após a representação, houver denúncia e investigação, a pré-candidata poderá ser condenada por crime de improbidade administrativa e ficar também inelegível, assim como estão o esposo Nau Boró e a ex-prefeita Verônica Soares.

Fonte – Edmar Lyra

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