Túlio Gadêlha a caminho do PT
Sem o menor clima para seguir no PDT depois de ter arrumado briga com todos os caciques do partido – e com a tropa também -, o deputado federal Túlio Gadêlha está sem espaço dentro da legenda. Isolado politicamente, mas com um capital eleitoral de 2018 que é seu, fruto dos holofotes e do status de ser o namorado da global Fátima Bernardes, Túlio, entretanto, é visto dentro do espectro da esquerda como um ativo importante.
Esse protagonismo – sobretudo midiático – que o deputado federal exerce passou a fazer com que ele seja cobiçado por legendas da esquerda, que o querem exibir como um troféu na eleição de 2022, além, é claro, de aproveitarem da votação que o parlamentar certamente vai ter em sua campanha de reeleição.
Esperto e ciente do seu potencial, Túlio Gadêlha passou a conversar abertamente com vários partidos desse campo ideológico. Cada conversa, um clique e uma postagem no Insta. Até porque político da geração do deputado que se preze, tem que ser ativo nas redes sociais – no caso de Gadêlha, toda foto tem aquela curtida da namorada famosa.
Ao final dessa rodada de conversas, Túlio, dizem os bastidores, estaria próximo de fechar com o PT pernambucano. O ingresso do namorado de Fátima Bernardes no partido de Lula pode ser traduzido por dois pontos. O primeiro, e notório, é o reforço eleitoral na chapa petista em Pernambuco.
Ao lado de um nome de peso da política pernambucana, a deputada federal Marília Arraes, que novamente vai pipocar de votos para a Câmara, Gadêlha passaria, uma vez filiado à sigla, a ser um nome certo para a reeleição.
Não há como negar que uma chapa de deputado federal com Marília e Túlio é forte; e faria, no mínimo, os dois. A depender da votação da dupla mais a dos os outros candidatos, um terceiro nome estaria facilmente assegurado na lista dos eleitos. E esse nome seria o deputado federal Carlos Veras, presidente do PT em Pernambuco. Veras é que deve está preocupado com a entrada de Túlio no PT. Afinal, o namorado de Fátima pode comer a bolacha do colega caso a soma dos votos gerais da legenda só dê para fazer dois.
Mas o potencial ingresso de Túlio no PT tem para o parlamentar um gosto de vingança contra o PDT, que o esnobou e rifou sua candidatura competitiva à Prefeitura do Recife em 2020, quando Túlio estava convencido de que levaria a parada. O golpe foi muito forte do jovem político, que saiu atirando e fez de tudo para melar o casamento do seu partido com o PSB na capital pernambucana.
O troco a Ciro Gomes, presidenciável pedetista, a quem Túlio sempre venerou, mas que foi incapaz de interceder pelo aliado no imbróglio de 2020, viria na forma de apoio a Lula, cuja movimentação eleitoral só fez acentuar o isolamento dos pedetistas. É ou não é uma doce vingança?
Fonte – Blog Fala PE