A descrença da população com os chamados políticos tradicionais fez surgir nas eleições de 2018 um fenômeno favorável à candidatura dos chamados “outsiders”, pessoas que não tinham relação com a política, mas que ganharam notoriedade na defesa de alguma pauta sensível ao eleitorado e acabaram tornando-se alternativa na escolha do voto. Em Pernambuco o caso mais emblemático foi o da delegada Gleide Ângelo, que identificada com a bandeira da defesa dos direitos das mulheres acabou sendo um fenômeno nas urnas alcançando mais de 412 mil votos.

Assim como em 2018, o ano de 2020 também aponta como campo fértil para as candidaturas dos chamados “outsiders”, basta ficar atento à quantidade de pré-candidaturas identificadas neste padrão que vêm surgindo. Um exemplo dela é o da delegada Patrícia Domingos, figura que antes de enveredar pelo caminho da política tinha destacada atuação no combate à corrupção. Embora ainda seja cedo para afirmar se este movimento favorável aos “outsiders” será suficiente para colocar Patrícia no Palácio do Capibaribe, ele já lhe garantiu uma exposição positiva bastante significativa, algo essencial para quem concorre a um cargo eletivo.

Por fim, destaco a entrada de Débora Dantas neste universo eleitoral, uma nova personagem que defende uma bandeira bastante sensível, o que a coloca com características bastante semelhantes à das delegadas Gleide Ângelo e Patrícia Domingos.

Talvez alguns não conheçam de nome, porém dificilmente esquecerão da jovem que foi vítima de um acidente em um kart quando prendeu o seu cabelo na engrenagem do veículo e teve a pele arrancada na altura dos olhos até a nuca. Débora Dantas é o tipo de mulher que deu a volta por cima em um momento bastante adverso de sua vida e passa a ser conhecida como exemplo de garra e superação, e é justamente com esta bandeira que ela pretende encarar uma disputa na Câmara de Vereadores do Recife.
Fonte – Blog Ponto de Vista

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