Uma eleição atípica com contornos ímpares em Pernambuco
A disputa pelo governo de Pernambuco no próximo dia 30 será marcada por questões que nunca haviam acontecido no estado. Além do fator gênero, onde nunca uma mulher havia sido eleita para governar Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB) e Marília Arraes (SD) fazem parte de partidos que tiveram desempenho aquém do esperado nas urnas em todo o Brasil, o PSDB, que já havia diminuído de tamanho em 2018, ficou com apenas treze parlamentares numa federação com o Cidadania, que elegeu cinco. O Solidariedade, por sua vez, elegeu apenas quatro deputados federais.
A partir de 2023, a próxima governadora de Pernambuco será de um partido que nunca ocupou o Palácio do Campo das Princesas, pois o PSDB e o Solidariedade nunca foram representativos e tradicionais a ponto de significar um protagonismo na política estadual. A própria disputa no primeiro turno colocou frente a frente as duas menores estruturas. Marília tinha pouco mais de um minuto de guia eleitoral contra cerca de cinquenta segundos de Raquel, bem abaixo de Danilo Cabral (PSB) e Miguel Coelho (União Brasil), que tinham as maiores estruturas partidárias da disputa.
No tocante às bancadas eleitas, Raquel Lyra não elegeu um único deputado federal em sua coligação, com apenas três deputados estaduais, já Marília Arraes elegeu sua irmã Maria como deputada federal e Waldemar Oliveira, irmão do seu vice, Sebastião, para a Câmara dos Deputados e, assim como Raquel, elegeu apenas três representantes para a Alepe. Qualquer que seja a eleita, precisará formar maioria tanto entre a bancada federal quanto entre a bancada estadual, compostas por 25 e 49 parlamentares, respectivamente.
Independente de quem seja a próxima governadora, Pernambuco experimentou uma de suas eleições mais atípicas de toda a história e legará a Marília ou a Raquel um grande protagonismo político regional, nacional e no tocante a participação da mulher na política.
Fonte – Edmar Lyra
#politicapernambucana #politica