Um dos principais nomes do Partido dos Trabalhadores, o senador pernambucano Humberto Costa deixou claro que a legenda ainda está na briga pela indicação a 3ª Superintendência Regional (SR) da Codevasf, localizada em Petrolina. A afirmação foi feita a este Blog, em meio à intensa agenda do petista na cidade, neste final de semana.
Humberto mostrou-se resignado pela posição do presidente Lula em ser obrigado a agradar os aliados, já que nas eleições do ano passado a frente liderada pelo PT não conseguiu fazer maioria no Congresso. No entanto, setores estratégicos como a Codevasf devem ser prerrogativas do partido.
O senador frisou que o PT já tem indicações para a Fundação Joaquim Nabuco e Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), mas não pretende abrir mão da Codevasf. Segundo ele, há até um nome da legenda apto a assumir o cargo: Edilázio Wanderley. Com origem na agricultura familiar, ele foi assessor político da Federação dos Trabalhadores no Estado de Pernambuco (Fetape) e integrou o Governo Paulo Câmara como dirigente da Secretaria de Agricultura e depois secretário de Assuntos Sociais. “Ele é uma pessoa preparada, que vai fazer um trabalho para todos”, afirmou.
Como o Blog já noticiou, os holofotes em torno da indicação para o comando da 3ª SR estavam todos sobre o deputado federal Silvio Costa Filho (Republicanos). Mas, segundo Humberto, o prefeito do Recife, João Campos, também entrou nessa disputa e quer colocar um nome de sua confiança. O senador também está decidido a romper o vínculo de décadas da oligarquia local, atualmente representada pelo ex-senador Fernando Bezerra Coelho e seu grupo político, com a Codevasf. Nesta semana FBC conseguiu, inclusive, colocar um aliado numa das mais importantes diretorias do órgão federal em Brasília (DF).
Incômodo
Humberto não escondeu seu incômodo diante desse cenário. Tanto é que na última sexta (31/03) telefonou para Lula sobre o assunto, mas o presidente disse não ter conhecimento da condução desse processo na Codevasf. De fato, essa tarefa está a cargo da Secretaria de Relações Institucionais, sob a responsabilidade do ministro Alexandre Padilha. O que o senador espera é uma solução do agrado de todos, “especialmente do PT”, frisou. “Até porque o governo está entregando os dedos, os anéis e as mãos pra esses partidos (União Brasil, PSD), mas até o presente momento não há uma contrapartida clara de que esses partidos são base ou não do governo federal”, avaliou.
Ao mesmo tempo em que pretende afastar Fernando Bezerra da Codevasf, Humberto também tenta frear a tentativa de avanço do prefeito do Recife Sertão adentro. João Campos é um provável nome para a disputa pelo Campo das Princesas em 2026 e pode se fortalecer com essa indicação. Por outro lado, o PT não parece disposto a abrir mão desse protagonismo capitaneado por Humberto, que também almeja uma nova candidatura a governador.
Fonte – Blog Carlos Britto