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O 100º dia de gestão da governadora Raquel Lyra (PSDB), foi marcado pela apresentação do Relatório de Diagnóstico da Situação do Governo de Pernambuco. O documento, que conta com 820 páginas (além dos anexos), foi produzido neste primeiro trimestre e, segundo o Executivo, será adotado como “ponto de partida para se fazer as mudanças que o Estado precisa”.

Acontece que, de acordo com alguns parlamentares, divididos entre a bancada de oposição e de independentes, Raquel Lyra ainda não mostrou qual marca está buscando dar para seu governo. A formulação do relatório, inclusive, tem sido apontada como uma ação atrasada, passando a impressão de uma administração burocrática, e que deveria ter sido apresentada no final da transição, não agora após 100 dias de gestão.

“Tínhamos expectativas de que o Governo de Pernambuco pudesse mostrar para a sociedade um conjunto de ações para o futuro. Que pudesse mostrar a busca de novos investimentos, implementação de novas políticas públicas. Infelizmente, o que vimos até agora foi uma chamada radiografia de um governo como se a gente tivesse começando um governo agora”, pontuou o líder do PSB na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Sileno Guedes.

O parlamentar socialista também ressaltou que neste período, Raquel Lyra não visitou nem 10% dos municípios pernambucanos. “A lentidão, a lerdeza e o amadorismo deste governo estão deixando a todos perplexos”, disparou.

Líder da oposição na Casa, a deputada Dani Portela (PSOL), que também elaborou um documento como um contraponto ao relatório do Executivo, disse que o projeto apresentado por Raquel Lyra até agora, estaria muito distante do que foi prometido durante a campanha eleitoral.

“A governadora de Pernambuco não trouxe, até então, nenhuma mudança significativa ou de rompimento com o modelo de gestão operado antes do seu mandato, de quem ela foi tão crítica. Em vez disso, mostrou descoordenação dos seus atos com o ‘exoneraço’ que prejudicou o funcionamento de serviços públicos essenciais do Estado”, declarou Dani Portela.

A parlamentar se refere ao decreto assinado por Raquel Lyra, nos primeiros dias após assumir o comando do Palácio do Campo das Princesas, quando exonerou funcionários comissionados gerando um impacto direto no funcionamento de diversas áreas de serviços à população.

No dia seguinte, houve um recuo na medida, e além das exceções já estabelecidas para áreas essenciais, também ficou decidido a manutenção desses comissionados nos cargos gestores de escolas estaduais, por exemplo, entre outras medidas editadas.

deputado estadual do PL, Alberto Feitosa, que já deixou claro que vai atuar de forma independente na Casa, também fez duras críticas a estes 100 dias de governo.

“Há uma perspectiva de quem se preocupou em fazer um trabalho muito mais de auditoria, de olhar para trás, de estar toda hora com o retrovisor limpo e com a luz de ré acesa, do que quem deveria limpar o para-brisa e olhar para frente. Acho que o tempo das eleições passaram”, disparou Feitosa.
Fonte – JC

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