Deputada Rosa Amorim recebe e-mail com ameaças sugerindo ‘estupro corretivo’ para ‘cura lésbica’
A deputada estadual Rosa Amorim (PT) denunciou que recebeu um e-mail com ameaças de teor machista e LGBTfóbico. A parlamentar contou ao g1 que, na mensagem enviada ao e-mail institucional do gabinete dela, o autor propôs a criação de um “projeto de lei” para a realização de “estupros corretivos” como forma de “cura lésbica”. Ela disse que relatou o caso à Polícia Civil e à Polícia Legislativa da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).
“Esse ‘[suposto] projeto de lei’ indicava o estupro como um mecanismo de ‘curar’ mulheres lésbicas, que isso seria comprovado através de um estudo. E, no final, ele diz assim: ‘Se quiser, posso fazer uma amostra grátis para você’. E acrescentou entre parênteses: ‘Sei o endereço da sua casa'”, contou.
Segundo a deputada, que confirmou o caso nesta terça (22), o e-mail foi enviado no dia 15 de agosto, enquanto ela estava em Brasília, onde acompanhou a “Marcha das Margaridas”, manifestação organizada por agricultoras de todo o Brasil na Esplanada dos Ministérios. De acordo com a parlamentar, o autor da mensagem usou um pseudônimo, que não foi divulgado, para assinar o texto.
Rosa Amorim disse ainda que leu a mensagem na mesma semana em que outras parlamentares, como a vereadora Mônica Benício (PSol-RJ), viúva de Marielle Franco, e a deputada estadual Bella Gonçalves (PSol-MG), receberam e-mails parecidos.
“Esse tipo de ataque só nos fortalece. Nós vivemos um momento de violência política de gênero que só cresce no nosso país e junto ao aumento da presença de mulheres ocupando cadeiras parlamentares. Isso mostra o quanto nossa sociedade é machista. […] Acho importante dizer que isso acontece no Mês da Visibilidade Lésbica”, declarou a deputada.
Ainda segundo a parlamentar, o caso foi protocolado na Delegacia de Crimes Cibernéticos.
Procurada pelo g1, a Alepe disse que “repudia qualquer ato de violência ou intimidação” e informou que, por determinação da Mesa Diretora, “estão sendo tomadas as medidas cabíveis contra as ameaças feitas à deputada Rosa Amorim”.
A Alepe afirmou ainda que o superintendente de Inteligência Legislativa, o delegado Ariosto Esteves, deu início às investigações e “as equipes estão aprofundando os dados para identificar, junto com a Polícia Civil, a autoria das mensagens”.
Fonte – G1