Justiça quer explicações do governo de PE sobre EPIs
Uma ação civil pública do Conselho Regional de Enfermagem de Pernambuco (Coren/PE) solicitou o fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual à categoria e o afastamento de profissionais que façam parte dos grupos de risco do novo coronavírus. Diante disso, a Justiça Federal de Pernambuco deu um prazo de 72 horas, a partir da quarta (8), para que o governo de Pernambuco se pronuncie sobre as solicitações.
Entre os pedidos do Coren/PE estão o fornecimento de equipamentos como máscara de proteção respiratória e gorro ou touca para os profissionais que realizam procedimentos como aspiração traqueal, ventilação mecânica e ventilação manual. O Conselho também pede a distribuição de óculos ou protetor facial, avental ou capote e luvas.
Além do uso de EPIs, o Conselho também pede o afastamento de profissionais de enfermagem com 60 anos ou mais, gestantes, portadores de doença respiratória, cardíaca ou renal crônicas, portadores de tuberculose, hanseníase e outras doenças infecciosas crônicas, além de transplantados e portadores de outras doenças que possam representar risco durante a pandemia.
Os pedidos foram feitos a partir de denúncias de profissionais de enfermagem sobre a falta de EPIs e do não afastamento de profissionais dos grupos de risco.
Por meio de nota, o governo de Pernambuco informou que tem reforçado o envio de EPIs para 52 unidades da rede estadual. Na primeira semana de abril, 1,2 milhão de itens foram encaminhados a hospitais e postos de saúde. Os lotes entregues têm água sanitária, álcool em gel, capotes, gorros, sapatilhas, luvas, óculos cirúrgicos e máscaras.
O governo informou, ainda, ter feito a compra de 1 milhão de máscaras N95, de uso exclusivo de profissionais de saúde. Ao todo, 150 mil foram entregues pelos fornecedores. Na quarta (8), o poder executivo também anunciou um conjunto de ações para reforçar a produção de máscaras e outros EPIs pelo Polo de Confecções do Agreste.
Nesta quinta-feira (9), em entrevista coletiva, o secretário estadual de saúde, André Longo, afirmou que o governo se pronunciará no tempo determinado pela Justiça, mas ressaltou os cuidados adotados pelo poder público com os profissionais de saúde.
“Fomos a primeira secretaria a pensar no afastamento dos profissionais, a ter um normativo adequado para o afastamento profissional, para a testagem. Reforço nosso compromisso com a testagem, com o afastamento no momento certo, com o retorno deles também no momento certo, para que a gente possa garantir a força de trabalho neste enfrentamento à Covid-19”, declarou.
Óbitos de técnicas de enfermagem
Duas técnicas de enfermagem que atuavam no Hospital Getúlio Vargas (HGV), na Zona Oeste do Recife, tiveram confirmação da Covid-19 e faleceram no sábado (4) e no domingo (5). De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, uma das mulheres estava de férias e outra não atuava diretamente no tratamento de pacientes com Síndrome Respiratória Aguda Grave.
Fonte – G1