Mendonça pede suspensão de propaganda da PCR
O ex-ministro Mendonça Filho ingressou com uma Ação Popular na Justiça Estadual pedindo a suspensão da propaganda da Prefeitura do Recife que está sendo veiculada nas televisões e na imprensa. “Acuada com as investigações da Polícia Federal e com as cobranças dos leitos fechados, a gestão Geraldo Júlio resolveu turbinar a propaganda em horário nobre. E usar a pandemia de forma vergonhosa, numa propaganda eleitoral que mostra um Recife da ilha da fantasia”, criticou. Mendonça ressaltou que o Recife real é a terceira capital com mais mortes por cem mil habitantes, dos hospitais inaugurados com leitos e UTIs fechadas, dos 500 respiradores comprados sem aval da ANVISA e testados só em porcos e diversas investigações em curso.
Na Ação Popular, Mendonça questiona o volume de recursos gastos com propaganda em plena crise econômica gerada pela pandemia. “A Prefeitura já comprometeu até aqui R$ 26 milhões com a propaganda. Em junho, último mês para fazer publicidade em ano eleitoral, aumentou o orçamento de R$ 31 milhões para R$ 34 milhões. Ou seja, pretende gastar ainda mais. Isso é um escárnio”, afirmou, ressaltando que a cada exibição de um desses comerciais na televisão, a Prefeitura poderia comprar um respirador pulmonar para salvar a vida de recifenses vítimas da Covid-19.
A contradição da Prefeitura em relação insuficiência de recursos no Orçamento municipal para o enfrentamento da Covid-19 é outro questionamento feito na Ação Popular. Mendonça argumenta que, em março, o prefeito Geraldo Júlio sancionou uma Lei – num flagrante desrespeito à Constituição Federal e a Lei de Responsabilidade Fiscal – para antecipar o pagamento do IPTU e da taxa de lixo de 2021. O argumento para justificar tal irregularidade foi a de que os recursos orçamentários (LOA 2020) não seriam suficientes para o enfrentamento do COVID19. “O prefeito alegou que não tinha recurso suficiente para a Covid-19. No entanto, o orçamento para a propaganda não só foi mantido, como aumentou o valor para vender a imagem de uma boa gestão e alavancar João Campos, candidato do prefeito”, questionou.
Mendonça questiona os gastos com publicidade na pandemia e destaca dois comerciais que começaram a ser exibidos no dia 01 de junho. Um dos vídeos, tem 67 segundos e usa, com um tom de cinza, imagens da devastação causada pela pandemia em outras localidades como Itália, Espanha, Nova Iorque e São Paulo e termina com se o Recife vivesse uma situação de controle em relação ao novo Covid-19. “Os filmes são desrespeitosos com os doentes que padecem nas filas e com os que já morreram por falta de UTI. São peças de proselitismo político eleitoral com um elevado custo para os cofres públicos, numa crise financeira e de saúde pública”, concluiu Mendonça.
Fonte – Blog do Magno