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João Campos sobre Bolsonaro: “Quem briga com todo mundo não vai para frente”

O deputado federal por Pernambuco, João Campos (PSB), durante entrevista concedida ao programa Cidade em Foco, não poupou críticas ao presidente da República, Jair Bolsonaro pela participação em manifestações e apoio a movimentos políticos que atentam contra o Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal, pedindo a volta da Ditadura Militar no país.

Durante sua fala, o deputado destacou que o presidente da República atenta contra a Constituição Federal ao apoiar as manifestações e apontou dois erros envolvendo a questão.

“Primeiro, não pode ter aglomeração nesse momento, ai eles vão, se aglomeram, está errado. Segundo, é o que eles estão reivindicando, fechamento do Congresso, fechamento do Supremo Tribunal Federal, e requisitar uma ditadura militar”, lamentou.
João é bisneto do ex-governador Miguel Arraes que foi um dos governadores depostos e exilados pelo Golpe de 64.

“Meu bisávo passou 15 anos morando na África, exilado, porque foi deposto no Golpe de 64. A gente viu muitas famílias verem seus parentes torturados e mortos porque não podiam se manifestar. Acho que é o único país do mundo que as pessoas vão para a rua para pedir o fim da democracia”, destacou o deputado.
Na oportunidade, o deputado pontuou que a Procuradoria Geral da República já solicitou uma investigação para averiguar a suposta participação de parlamentares nas manifestações antidemocráticas.

“Você pedir fechamento de Congresso, de Supremo Tribunal Federal ou de qualquer instituição democrática, é um ato inconstitucional e que merece ser repreendido”, ratificou.
João Campos lamentou durante sua fala que o presidente da República perca tempo se envolvendo com essas questões, ao invés de trabalhar no enfrentamento da crise desencadeada pelo novo coronavírus.

“O que é que o presidente tem feito? A gente tem que cobrar que ele trabalhe e não fique brigando. Em uma guerra não tem prosperidade. Quem briga com todo mundo não vai para a frente”, disse.

João ainda relembrou a atuação política do seu pai, o ex-governador Eduardo Campos, como uma importante referência de pacificação e união e sugeriu que Jair Bolsonaro deveria se espelhar nessas atitudes.

“Ele pacificou o Estado, ele juntou todo mundo, ele deixou as diferenças de lado para poder juntar. O presidente devia fazer isso e não está fazendo”, lamentou.
Fonte – Portal de Prefeitura

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