Notícias

Palanque eleitoral é mantido em meio à pandemia

A prefeita Raquel Lyra (PSDB) até que iniciou bem o combate à Covid-19 em Caruaru, mas é evidente que ao longo do tempo ela perdeu o controle da situação. Já fazem algumas semana que as imagens do funcionamento irregular da Feira da Sulanca têm chamado atenção das pessoas, e não seria diferente com as autoridades do estado.

A tucana tentou um endurecimento nas medidas, mas foi caso perdido. A antecipação do feriado foi um fiasco, as barreiras sanitárias não surtiram muito efeito e as fiscalizações a estabelecimentos funcionando de forma irregular existem só no mundo da fantasia. Os fracassos no combate à Covid-19 em Caruaru devem ter mesmo frustrado Raquel, que decidiu assumir a posição de dar amém a cada decreto de Paulo Câmara (PSB), deixando no colo do governador a responsabilidade de estabelecer ações mais rígidas.

Por outro lado, existe uma falta de retenção do Governo, que tem sua parcela de culpa no aumento dos números no interior. A gestão estadual preferiu focar apenas na Região Metropolitana do Recife e não deu suporte ao Agreste, que agora se tornou responsável pelo aumento de 71% no número de casos graves, e esses pacientes precisaram ocupar leitos da capital. O governo só esquece que se o hospital de campanha do HMV estivesse pronto, a história seria outra, e Caruaru poderia dar o suporte necessário aos pacientes da cidade e dos demais municípios da IV Geres. Até parece que tudo vem sendo feito baseado em cálculo eleitoral.

Em coletiva de imprensa realizada ontem (22), o secretário estadual de Saúde, André Longo, deixou claro que estava preocupado com as imagens de aglomeração no Parque 18 de Maio, e novas medidas seriam voltadas para a região do Agreste, em específico Caruaru. Hoje (23), véspera de São João, foi anunciando o lockdown em Bezerros e na Capital do Agreste. Mesmo o governo não gostando do termo em inglês, apenas os serviços estabelecidos como essenciais pelo estado poderão funcionar. A medida vai durar 10 dias, a partir de 26 de junho.

Em vídeo, a prefeita Raquel Lyra afirmou que a decisão foi tomada unilateralmente pelo estado, sem diálogo com o município, que segundo ela, vinha tomando todas as medidas possíveis. A tucana disse que mesmo após três reuniões com o governo, não entendeu os motivos pelos quais Caruaru ficou de fora do avanço no Plano de Convivência, e finalizou garantindo que apesar disso seguirá o decreto estadual, jogando para Paulo a decisão de fechar tudo de novo. Apesar de ter jogado para a galera com a fala populista, o vídeo só serviu para inflamar ainda mais as críticas por parte de quem defende a reabertura total das atividades, como também de quem pede o fechamento, e Raquel saiu mal na fita, já que tudo vinha funcionando sem a fiscalização necessária.

O Palácio do Campo das Princesas ainda não respondeu às críticas da prefeita, e os três deputados estaduais de Caruaru, que são da base governista, também permanecem em silêncio. Uma coisa é certa: no meio dessa antiga novela entre Raquel e Paulo, o novo coronavírus não passa de um mero coadjuvante. Aguardemos as cenas dos próximos capítulos.
Fonte – Blog Cenário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *