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Caso Miguel: Justiça prorroga prazo para Sari Corte Real apresentar defesa

O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) prorrogou o prazo para apresentação da defesa de Sari Corte Real, que estava responsável por Miguel Otávio, de 5 anos, quando a criança caiu do 9º andar do prédio de luxo em que ela mora, no Centro do Recife. O caso ocorreu no dia 2 de junho e completa três meses nesta quarta (2).
Primeira-dama de Tamandaré, Sari foi denunciada por abandono de incapaz que resultou em morte e espera julgamento em liberdade.

O prazo inicial terminou em 27 de agosto. De acordo com o TJPE, o juiz responsável pelo processo aceitou o pedido de prorrogação do prazo e a defesa de Sari foi intimada novamente para apresentar a defesa. O novo prazo, de dez dias corridos, foi definido na terça (1º).
Procurado pelo G1, o advogado de Sari Corte Real, Pedro Avelino, informou que houve dificuldades para apresentar a defesa porque o processo corre em segredo de Justiça.
“O processo não está fisicamente compilado [facilmente acessível], então isso dificulta a produção da defesa. Acredito que, até o fim do novo prazo, devemos apresentar”, afirmou Avelino.

Nesta quarta (2), três meses após a morte do filho, Mirtes afirmou que tem encontrado forças através do apoio de Organizações Não-Governamentais e de pessoas que enviam mensagens de apoio e mobilizam campanhas em prol do caso.
“Tem sido muito difícil para mim e para a minha mãe. Estamos fazendo uma campanha para não deixar que o caso de Miguel caia no esquecimento e para pressionar o judiciário”, disse.
As mensagens, compartilhadas por artistas e pessoas anônimas, trazem um pouco de conforto em meio ao luto. “Não estou me sentindo só com relação a essa luta. É como se essas pessoas também tivessem perdido um filho da mesma forma”, afirmou a mãe de Miguel.

Além do processo penal, a família da criança também pediu uma indenização de R$ 987 mil por danos morais e materiais após a morte do menino.

Após a família de Miguel sofrer ataques nas redes sociais, a advogada de defesa de Mirtes, Rafaela Carrilho, explicou que “não existe precificação da vida” e que o cálculo do valor foi feito com base na jurisprudência.
Há, também, um processo trabalhista contra o marido de Sari, Sérgio Hacker (PSB), prefeito de Tamandaré, já que foi constatado que Mirtes e a Mãe eram registradas como funcionárias municipais, mas executavam serviços domésticos na casa do prefeito.
Miguel caiu do 9º andar do edifício Píer Maurício de Nassau, no bairro de Santo Antônio, no Centro do Recife, no dia 2 de junho. A mãe dele, Mirtes Souza, o deixou com a ex-patroa para passear com Mel, a cadela da família que a empregava.
No dia da morte de Miguel, Sari foi presa em flagrante por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Ela pagou uma fiança de R$ 20 mil para responder ao processo em liberdade.
Em 1º de julho, ela foi indiciada pela polícia por abandono de incapaz que resultou em morte. Esse tipo de delito é considerado “preterdoloso”, quando alguém comete um crime diferente do que planejava cometer.

Fonte – G1

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