Anderson, Raquel e Miguel no jogo
Num cenário no qual o PSB se complique e perca a eleição no Recife, 2022 tende a configurar um quadro interessante em termos de renovação de quadros no Estado para a disputa ao Governo. Sendo reeleito em Jaboatão, conforme se vislumbra, o prefeito Anderson Ferreira (PL) será o primeiro a botar a cara no jogo como pré-candidato a governador. Da mesma forma, a tucana Raquel Lyra, em Caruaru, e o emedebista Miguel Coelho, em Petrolina.
Caiu no colo de Raquel, aliás, um cenário extremamente favorável a sua reeleição. Candidato aparentemente mais forte para fazer o enfrentamento, o deputado estadual José Queiroz (PDT) deve jogar a toalha. A pandemia engessou o seu projeto. Político forjado nas ruas, Queiroz não põe nem o pé na calçada da sua casa temendo o vírus da morte. Não tem perfil, por outro lado, para administrar uma campanha pelas redes sociais como será esta, imposta pela pandemia do coronavírus.
Considera também nome de grande densidade eleitoral, o deputado Tony Gel, do MDB, está inelegível em razão de uma decisão recentemente tomada pelo Tribunal de Contas por causa de aumento de salário dado ao seu secretariado quando prefeito. Restam como adversários o delegado Erick Lessa (PP), um dos mudos da Assembleia (nunca vi um pronunciamento dele), e o jovem Raffiê Dellon, ex-dirigente da Ciretran, filiado ao PSD, cria do deputado federal André de Paula.
Pelo visto, a oposição não fará sequer uma cosquinha de leve para impedir a reeleição de Raquel. Quanto a Jaboatão, o cenário parece tranquilo para Anderson, mas diferente de Caruaru, Jaboatão se insere num bolsão de miséria da Região Metropolitana com um voto flutuante incerto, que muda na direção que o vento leva. Petrolina é um caso atípico. Além de ser hoje um dos gestores mais aprovados do Estado, Miguel Coelho não tem, hoje, adversário.
Os mais fortes são Odacy Amorim e Júlio Lóssio, o primeiro abrigado numa legenda que não tem mais voto de opinião, o PT. O segundo, com os bens indisponíveis, mas sem impedimento legal.
Falta a Lóssio, hoje abrigado no PSD, o visgo para atrair aliados. Andorinha sozinha não faz verão. Em Petrolina tem, por fim, a candidatura do vereador Gabriel Menezes, do PSL, igualmente solitário, mas com discurso corajoso, denunciando o que julga errado na gestão municipal.
Mas o fato é que 2022 pode ser o começo de uma renovação na política estadual, tendo em campanha três prefeitos que podem renunciar dois anos e meio de mandato pela frente para tentar despachar no Palácio do Campo das Princesas a partir de janeiro de 2023. Pernambuco é um Estado que não se renova tem muito tempo. A Bahia perdeu ACM, o Toninho Malvadeza, mas tem hoje um governador muito bem avaliado, o petista Rui Costa, e o melhor prefeito de capital, ACM Neto (DEM), segundo o Datafolha. Ali, eles brigam para fazer mais e melhor pela Bahia. E aqui? Nem precisa responder.
Fonte – Blog do Magno