Em meio à troca de farpas entre o presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, o clima em Brasília começou a esquentar e naturalmente obrigou o presidente da República a reavaliar sua forma de interlocução com o poder legislativo.

O presidente estabeleceu uma conversa com o presidente nacional do Democratas, o prefeito de Salvador ACM Neto, e com líderes do centrão, como o MDB por exemplo, no sentido de repactuar espaços do governo no segundo e terceiro escalões e garantir apoio político para as importantes votações que ocorrerão daqui por diante no Congresso Nacional.

O que pesou foi o desgaste político causado pela Covid-19 e naturalmente as sucessivas perdas de validade de Medidas Provisórias e naturalmente votações de interesse do governo que estavam emperradas. Fazer este movimento, aproximando-se do centrão, fortalece o governo e reduz o poder de influência de Rodrigo Maia. O presidente, que por quase três décadas esteve na Câmara dos Deputados, sabe que sem diálogo parlamentar nenhum governo funciona.

Se porventura avançarem as articulações, Brasília poderá viver um novo momento na relação entre Planalto e Congresso, e isso poderá culminar num fortalecimento da agenda do governo, que precisará mais do que nunca imprimir um ritmo de votações que mitiguem os efeitos da crise da Covid-19 na política e principalmente na economia.
Fonte – Edmar Lyra

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