Duque critica postura do PT em Pernambuco
Se tem uma coisa que não cabe a carapuça no ex-prefeito de Serra Talhada, Luciano Duque, pré-candidato a deputado estadual, é de ser ‘pipoqueiro’ – jargão utilizado para definir pessoas que fogem de perguntas durante entrevistas. No último sábado, durante entrevista ao programa Farol no Youtube, na TV Farol, o ex-prefeito foi provocado a comentar sobre a saída da deputada Marília Arraes do Partido dos Trabalhadores (PT).
Mesmo pontuando bem nas pesquisas para o governo de Pernambuco e até para o Senado Federal, a neta do ex-governador Miguel Arraes foi ‘escanteada’ pela cúpula do partido no estado, que preferiu pegar carona no projeto de poder do PSB.
“Olha, quem sou eu para dar conselhos. Meu pai me ensinou uma coisa: se conselho fosse bom, vendia-se caro. Tem um negócio que chama consultoria, que muita gente usa. Mas para negócios, para decisão de vida, de caminho, não”, respondeu Luciano Duque, ao ser questionado que conselho daria a Marília Arraes sobre que rumo seguir. Ainda durante a entrevista, Duque, que já tem bases eleitorais cravadas em cerca de 60 municípios do estado, explicou porque a deputada deveria ser ouvida e respeitada dentro do PT.
“Eu vejo Marília um grande quadro político de Pernambuco, tem uma aderência com a sociedade, tem um respeito, tem voto. Partido nenhum abriria mão de um concurso de uma figura como Marília Arraes, agora mesmo conseguiu ter a aprovação de um projeto nacional, a questão dos absorventes. Enfrentou Bolsonaro com muita garra, ela tem um papel importante no Congresso Nacional. Para Serra Talhada, tem um papel importante na obtenção de recursos na área de saúde e na questão da pavimentação, junto com Pastor Eurico. Nós somos gratos em Serra Talhada pela companheira Marília. Ela tem uma dimensão estadual e nacional, não é qualquer deputada federal e tem um comprometimento nas lutas e na defesa do povo”, enfatizou.
Sem fazer questão de esconder o desconforto, porque tem uma relação de amizade sólida com Marília, Luciano Duque revelou que o PT não conversou com ninguém sobre o papel da deputada na conjuntura eleitoral, e deveria ter respeitado Serra Talhada, uma vez que a prefeita Márcia Conrado, sequer foi chamada para opinar sobre o assunto.
“Eu não compreendo como um partido não dialoga, não discute. Assim como não discutiu com Marília, não discutiu conosco. É preciso compreender que isso não é uma disputa de quem tem mais figurinha no álbum. É discussão política, é discussão de projeto. O que é melhor para Pernambuco? A candidatura de Danilo? Senta companheira Marília, senta Humberto [Costa], senta companheira Tereza [Leitão]. Agora, chegar com o almoço pronto. Está lá o prato pronto e senta para comer? Nós temos que ser respeitados como partido, eu estou no partido e não me sinto contemplado nessa discussão. Eu não vou mudar o meu caminho, continuo trabalhando, porque o meu compromisso é com a população, com o povo do interior, com o povo de Pernambuco. Para enfrentar o mandato a gente criou um projeto chamado Pernambuco Mais Forte do Sertão ao Cais, andamos o estado inteiro. Continuamos percorrendo o estado, discutindo com as pessoas, ouvindo quais são os problemas, para defender quais são os problemas do povo”, disse Duque,
“Eu não quero sentar na Assembleia Legislativa para baixar a cabeça para governador, para presidente da Assembleia. Evidentemente, que com respeito aos pares e aos companheiros que estarão lá. Mas eu vou estar lá em defesa do povo, vou estar discutindo os problemas reais da sociedade. E assim o fez a companheira Marília Arraes e por isso deveria ser respeitada. Quem abre mão do concurso de uma companheira valorosa como ela, acho que não está no caminho certo”, concluiu.
Fonte – Farol de Notícia
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