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Escolas municipais de Paulista continuam sem aulas presenciais mesmo após fim do prazo concedido pela Justiça

Um dia após o término do prazo concedido pela Justiça para que fossem retomadas as aulas presenciais nas escolas de Paulista, no Grande Recife, os alunos da rede municipal encontraram as unidades de ensino fechadas nesta quinta-feira (17). A cidade é a única da Região Metropolitana que permanece nessa situação.

“Estou me virando, tendo que ser professora e mãe”, afirmou a dona de casa Rafaela Santana Alvares. Ela integra um grupo de pais e responsáveis que registraram uma denúncia no Ministério Público de Pernambuco (MPPE). A Justiça exigiu, no dia 17 de fevereiro, que Paulista voltasse com aulas presenciais em até 10 dias úteis.

A prefeitura recebeu a intimação no dia 25 de fevereiro, mas, por causa de feriados, o prazo só começou a contar em 3 de março e terminou na quarta-feira (16). A multa por descumprimento da decisão judicial é de R$ 20 mil por dia.

Rafaela Santana contou que, com os filhos em casa, precisou abrir mão do emprego para cuidar deles, já que não tinha com quem deixá-los para ir trabalhar.

Rhuan Bruno do Nascimento, de 11 anos, estudou presencialmente na Escola Municipal Professora Alga Marina, no bairro de Arthur Lundgren 1, por dois anos. Já Maria Rita do Nascimento, de 7 anos, foi para a escola pela primeira vez nesta quinta-feira (17), mas não teve aula presencial.

Ela estuda na Escola Alga Marina, que fechou em março de 2020 por causa da pandemia da Covid-19, assim como todas as unidades de ensino do município. Apesar da determinação da Justiça, nenhuma reabriu para aulas presenciais.

Maria Rita só teve aulas online porque logo depois que a mãe dela fez a matrícula da estudante, começou a pandemia.

“Eu tive que optar entre continuar trabalhando e trazer alimentos para os meus filhos ou cuidar deles, porque estes dois anos de pandemia atrapalharam bastante. Então, eu não posso ficar ausente neste momento”, afirmou Rafaela Santana.

De acordo com a dona de casa Alice Cardoso, que tem três filhos matriculados em escolas da rede municipal de Paulista, as aulas remotas ocorrem com muita dificuldade. Ela afirmou que os três filhos precisam dividir um celular para participar das atividades pela internet.

“A dificuldade é grande porque são os três no mesmo horário. Então um assiste aula em um dia, outro em outro. E o menor, que tem 8 anos, não sabe ler ainda, não foi alfabetizado”, declarou Alice Cardoso.

O que diz a prefeitura

Por meio de nota, a prefeitura de Paulista afirmou que realiza a manutenção e recuperação de cinco unidades de ensino: Escola Municipal Maria das Neves, em Jardim Paulista Baixo; Creche Tio Roberto, em Maranguape I; Creche Municipal Maria Anunciada de Arruda, em Chega Mais; e Escola Municipal Maria Conceição da Paz, em Maranguape II.

No comunicado, o executivo municipal disse que iniciou a construção de uma nova escola para 900 alunos e que o processo licitatório para a reforma das outras unidades está sendo concluído, alegando que, quando a nova gestão assumiu, encontrou escolas com graves problemas estruturais.

Além disso, declarou que entrou na Justiça com um pedido de reconsideração e apreciação da decisão que determinou o retorno das aulas presenciais.

Fonte – G1

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