“Estado não suporta” redução de alíquota, alerta Décio. Paulo Câmara vai à mesa hoje
De toda receita que Pernambuco arrecada por ano, 70% vem do ICMS. Os outros 30% vem de IPVA, ICD, do FPE…Dos R$ 23 bilhões que o Estado recolhe anualmente com ICMS, 20% é oriundo da arrecadação relativa a combustível. Daí, o motivo da preocupação do secretário estadual da Fazenda, Décio Padilha, e do governador Paulo Câmara, com os efeitos do Projeto de Lei Complementar (PLP) 18, que limita a aplicação da alíquota de ICMS sobre bens e serviços relacionados a combustíveis, gás natural, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo, a 17%.
O projeto precisa ser aprovado para que o governo Bolsonaro possa emplacar o pacote que prevê isenção de ICMS para diesel e gás de cozinha. Sobre o tema, os secretários da Fazenda já tiveram quatro reuniões com Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, onde o tema está em análise. Dessas, uma se deu com a presença dos governadores, na noite de ontem.
Presidente do Comitê Nacional dos Secretários de Fazenda dos Estados e do Distrito Federal (Comsefaz), Décio Padilha participou de todas e estará presente, mais uma vez, na reunião da manhã desta quarta (07), quando Pacheco terá outra rodada com governadores, da qual Paulo Câmara vai participar.
À coluna, Décio adianta a posição comum, naturalmente, a do chefe do Executivo estadual:
“O Estado não suporta”.
E explica: “O PLP 18 vai causar instabilidade do Pacto Federativo, porque vai inviabilizar os governos a partir da aprovação, comprometendo mais de R$ 100 bilhões na prestação de serviços na Saúde e Educação”.
Décio prossegue:
“O Estado não vive para ter lucro. Todo dinheiro do Estado é vinculado”. O presidente do Comsefaz adverte:
“Os governadores, em toda reunião, demonstraram preocupação com o impacto financeiro do PLP 18/2022. São R$ 100 bilhões de impacto para os 27 estados em um ano. O Estado pode ficar ingovernável, vai fragilizar políticas públicas de Educação e Saúde, porque a Constituição obriga que 25% do que se arrecada com ICMS tem que ser aplicado na Educação e 12% na Saúde, no mínimo”.
A posição de Décio e de Paulo Câmara não é isolada. Governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, em coletiva após a reunião de ontem, destacou haver “dúvida por parte dos governadores da efetividade dessa ação” e detalhou: “Os estados terem perda muito grande e isso não chegar na população é sentimento geral nos Estados”.
Fonte – Folha PE
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