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Greve de professores do Recife completa uma semana

Completa uma semana, hoje, a greve dos professores da rede municipal do Recife. O Sindicato dos Professores Rede Municipal do Recife (Simpere) pede reajuste de 33,23% para toda a categoria, mas a prefeitura só pretende dar esse número para os que estão no primeiro nível do Plano de Cargos e Carreiras da cidade.

O percentual cobrado pelo Simpere e concedidos aos profissionais de início de carreira foi estabelecido por lei federal. Em fevereiro, o Ministério da Educação (MEC) aumentou de R$ 2.886 para R$ 3.845,63 o piso do magistério, o que equivale a 33,24% de aumento.

No Recife, para chegar ao que o governo federal determinou, a prefeitura precisa aumentar o piso salarial da categoria em 33,23%. Esse valor faz parte da proposta anunciada pela gestão. No entanto, para quem já progrediu na carreira, a proposta é de 13,06%, o que os servidores acham ser injusto.

Na manhã desta segunda, dezenas de professores fizeram um protesto em frente à sede da prefeitura, no Cais do Apolo, Centro da cidade. Parte das aulas, segundo a entidade, foi suspensa e as turmas foram assumidas pelos trabalhadores temporários, contratados sem concurso público. A prefeitura, no entanto, afirma que não houve paralisação de aulas.

Na prática, a proposta inicial da prefeitura funciona assim:

Quem ganha o piso de R$ 2.886: 33,23% de aumento;

Quem ganha acima de R$ 3.845,63, o novo piso: 13,06% de aumento.

O sindicato afirma que o Plano de Cargos e Carreiras da categoria está “achatado”, isso porque, segundo a entidade, quem está em início da carreira tem vencimentos parecidos com os de quem já trabalha há mais tempo na educação municipal.

Segundo Jaqueline Dornellas, coordenadora geral do Simpere, a categoria acha injusto que somente parte dos servidores recebam os 33% de aumento. “O governo João Campos (PSB) anunciou que dos 33% ele tem disposição de pagar 13,06%, o que vai ficar muito abaixo da expectativa e da valorização da categoria. É preciso aplicar esse percentual no início da carreira e rebater para todos os outros professores, aqueles que têm mais tempo de serviço, como também têm uma formação de pós-graduação, mestrado e doutorado”, afirmou.

No início da tarde de hoje, uma comissão de representantes do Simpere foi recebida pela Secretaria de Educação da prefeitura. A gestão ofereceu 23% de aumento aos servidores, mas o Simpere novamente rejeitou. Por meio de nota, a prefeitura informou que, de acordo com a proposta municipal, “nenhum professor receberá abaixo do piso nacional, estabelecido em R$ 3.846”.

No entanto, o percentual oferecido aos professores mais antigos “corresponde à inflação de 2021 acrescida 3% de ganho real”, diz o documento. Na proposta da prefeitura, o reajuste seria retroativo a janeiro.

A prefeitura também disse que “o ajuste oferecido a esse grupo leva em consideração a progressão salarial que acontece naturalmente com os anos trabalhados” e que “qualquer decisão acordada e aprovada dependerá da manutenção do equilíbrio fiscal do Município”.

Por fim, a prefeitura também afirmou que “espera que a categoria compreenda que essa paralisação penaliza duramente os estudantes e a própria discussão entre as partes”.

Fonte – G1

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