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Imprensa local chama Fábio Bernardino de “bode na sala” em Palmas

Fábio Bernardino, dirigente nacional do partido AGIR 36, foi importado para Palmas como uma espécie de “tapa-buraco” — ou, nos bastidores, como alguém “trazido para fazer negócios”. A missão? Atender ao chamado do prefeito interino Carlos Veloso, que assumiu temporariamente o comando da capital após a detenção do prefeito Eduardo Siqueira Campos.

Sua chegada à cidade já foi marcada por declarações infelizes. Logo nos primeiros dias, Bernardino afirmou publicamente que “às vezes, um filho de fora cuida melhor da casa do que um próprio filho de dentro” — uma frase que foi interpretada como desrespeito direto aos quadros técnicos e lideranças locais de Palmas.

A decisão do AGIR de recuar e “devolver” Bernardino a Brasília — agora como secretário de Representação Institucional do município no DF — precisa ser analisada com atenção. É uma volta atrás que fala por si.

Até ontem, Fábio circulava pelos corredores da prefeitura com ares de autoridade e exibindo, de forma nada discreta, a marca do grupo Monte Sião como se fosse um selo de poder sobre o cofre municipal. Uma mistura perigosa entre religião e negócios — o sagrado e o profano se fundindo em nomeações e estratégias que visavam muito mais que gestão pública.

A tentativa de transformar Palmas, uma capital com mais de 300 mil habitantes e um orçamento de R$ 3 bilhões, num laboratório político-religioso foi recebida com espanto até por aliados do governo.

A nomeação de Fábio expôs o papel constrangedor de Carlos Veloso, o vice que se tornou prefeito interino, e que, ao que tudo indica, foi pressionado por interesses externos para compor o alto escalão com nomes de fora e sem raízes na cidade.

A recuada demonstra que Veloso e o AGIR trataram motivações secundárias como se fossem essenciais — e agora tentam corrigir o rumo, sem assumir o erro.

No novo cargo, Bernardino terá a missão de “captar recursos” em Brasília. Mas a verdade é que enfrentará resistência dos parlamentares tocantinenses, a quem já criticou por não fazerem o “dever de casa”.

Confortavelmente isolado num gabinete na capital federal, ele se afasta dos holofotes e, de quebra, livra o grupo Monte Sião do desgaste de investigações ou questionamentos — por enquanto.

Chama atenção a imprudência com que se tentou ocupar a prefeitura como se fosse uma extensão de um projeto privado de poder. Um erro político movido por vaidade, arrogância e total despreparo.

Talvez por isso o AGIR não tenha deputado federal, nem senador, nem fundo eleitoral — e nem tenha conseguido superar a cláusula de barreira.

Palmas seria sua “jóia da coroa”.

Mas aqui, por enquanto, só tem tan-tan.

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