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Josafá Almeida reafirma independência do PRD em meio à federação com Solidariedade

Apesar da oficialização da federação entre o PRD e o Solidariedade nesta quarta-feira (25), o presidente estadual do PRD em Pernambuco, Josafá Almeida, garantiu que a aliança não compromete a posição de independência do partido no estado. Prefeito de São Caetano, no Agreste, Josafá afirmou que a legenda manterá seu posicionamento autônomo em relação ao governo estadual, mesmo com a união nacional das siglas.

A federação, formalizada durante um ato na Câmara dos Deputados, terá validade mínima de quatro anos. O objetivo central é permitir que os partidos superem juntos a cláusula de barreira. Nacionalmente, a composição reúne 10 deputados federais e um governador — Clécio Luís, do Amapá. Em 2026, o bloco precisa eleger ao menos 13 deputados em nove estados para garantir acesso ao fundo partidário e ao tempo de televisão, algo que a federação pode facilitar.

Josafá esclareceu em entrevista ao Jornal do Commercio que, em Pernambuco, cada legenda manterá sua linha de atuação própria, a exemplo da união entre PP e União Brasil. “Cada um seguirá a orientação do seu partido. E em 2026 vamos discutir qual será o caminho, inclusive com a indicação de um representante”, explicou.

Em maio, o PRD pernambucano passou por uma reestruturação e deixou a base da governadora Raquel Lyra (PSD), passando a adotar uma postura de independência, seguindo a orientação do deputado federal Luciano Bivar. Bivar, que deve migrar para o PRD na próxima janela partidária, tem influenciado diretamente as decisões do diretório estadual, junto aos dirigentes nacionais.

A nível nacional, a presidência da federação ficará com Ovasco Resende (PRD), enquanto Paulinho da Força (Solidariedade) assume a vice-presidência. Já em Pernambuco, o Solidariedade é presidido pela ex-deputada Marília Arraes, que integra oficialmente a base do prefeito do Recife, João Campos. Josafá Almeida, no entanto, já declarou apoio à eventual candidatura de Marília ao Senado, sem que isso comprometa a independência do PRD.

“Marília tem todas as credenciais para disputar o Senado. É um quadro que engrandece qualquer partido. Torço para que consiga se eleger. Seria excelente para a federação ter um nome forte no Senado”, afirmou.

Sobre o cenário nacional, Almeida reiterou que o PRD ainda não tem posição definida. Enquanto isso, o Solidariedade vem se afastando do presidente Lula (PT) e já cogita apoiar o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) à Presidência da República.

“Quando assumimos o diretório estadual, não havia federação e atuávamos com total independência. Seguiremos focados em fortalecer nossas chapas para a Câmara Federal. As decisões sobre governador, senador e presidente virão no tempo certo”, concluiu Josafá.

Nos bastidores, também ganha força a possibilidade de o PSDB se aproximar da federação. Após desistir da fusão com o Podemos, o partido – presidido em Pernambuco pelo deputado Álvaro Porto, aliado de João Campos – pode compor a aliança. Ainda assim, Josafá mantém a cautela.

“Não vamos ficar a reboque de ninguém. Se o Solidariedade seguir com João Campos, não tem problema. Ele é um nome que me agrada. Mas vamos tomar a decisão no momento oportuno”, finalizou.

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