Pessoas que perderam parentes e casas dizem que ainda não receberam dinheiro de governos um mês após tragédia das chuvas
Em 28 de maio deste ano, 101 pessoas morreram em virtude de deslizamentos de barreiras ou enchentes provocados pelas fortes chuvas que atingiram Pernambuco. Um mês após o pior dia da tragédia, pessoas que perderam casas e familiares dizem que não receberam dinheiro dos governos e ainda cobram algum tipo de apoio ao poder público.
Ao todo, as chuvas do fim de maio e do começo de junho deixaram 130 mortes em todo o estado. O número de desabrigados e desalojados chegou a mais de 128 mil, em 7 de junho.
O drama de quem teve perdas na tragédia está por todos os lados. É o caso do motorista de ônibus Reginaldo Ramos Feitosa, de 55 anos.
Ele estava com a esposa e a filha em casa quando uma barreira deslizou e atingiu o imóvel em Jardim Monte Verde, no limite entre o Recife e Jaboatão dos Guararapes.
Reginaldo e a mulher foram resgatados, mas ficaram sem nenhum bem material. A principal perda, no entanto, foi a filha, a engenheira civil Thais Regina Feitosa.
“Perdi minha filha e a casa toda com móveis, geladeira, fogão, televisão, computador. Perdi tudo. Não foi resolvido nada, não recebemos nada de governo ou prefeitura. Também não vem ninguém para dar um apoio. O sentimento é de abandono. Estou morando na casa da minha mãe”, declarou.
De acordo com a Coordenadoria de Defesa Civil do Estado de Pernambuco, na segunda (27) ainda havia 1.665 desabrigados. Eles estão em 33 abrigos de 17 municípios. Também foram contabilizados 25.006 desalojados, ou seja, pessoas que foram para a casa de amigos ou parentes.
O governo de Pernambuco informou que, até a segunda, liberou R$ 96 milhões para 16 municípios pagarem o auxílio a 64 mil famílias afetadas pelas chuvas e que outras 15 cidades têm pendências cadastrais e, por isso, ainda não tiveram acesso aos recursos.
Fonte – G1
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