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Polêmica no orçamento escancara embate entre Assembleia e Governo

No dicionário, “loa” pode ser um discurso elogioso ou um cântico em louvor dos santos. Na Assembleia Legislativa, a LOA – Lei Orçamentária Anual – virou ontem embate político.

Indignada porque pela manhã a reunião da Comissão de Finanças continuou sem sua presença, mesmo depois de ela ter anunciado o término, a presidente do colegiado, deputada Débora Almeida, fez à tarde, em plenário, um discurso contundente.

Em oito minutos, cobrou respeito aos pares. “O senhor tem sua competência, e a gente sempre respeitou. Então, a gente quer também ser respeitado dentro das nossas competências”, declarou, dirigindo-se ao presidente da Casa, Álvaro Porto, que validou a reunião, presidida na 2ª etapa pelo vice, Lula Cabral.

Na tribuna, Álvaro Porto revidou a cobrança. “Não sou omisso e não estou a serviço de ninguém. Nem sou subserviente. Por isso, dei parecer favorável. Falta de respeito foi ter saído e deixado sete deputados.”

E disparou contra o Palácio das Princesas sem citar a governadora Raquel Lyra (PSDB). “Não fui eu que omiti R$ 1,1 bilhão do orçamento.” A LOA foi contestada pelo Tribunal de Contas, com base na projeção do Tesouro Nacional. Deputados apresentaram emendas para corrigir. Essa era uma das polêmicas.

E continuou, em tom cortante. “Não fui eu que às 18h de segunda, na último hora, entreguei projetos. Por isso, nada foi publicado no Diário Oficial. O costume é mandar no apagar das luzes”. O petista João Paulo foi o único, em plenário, a lamentar a divergência.

O embate começou porque a publicação no DO de sexta anunciava a reunião para ontem e a deputada adiou para o dia 29, alegando ter prorrogado o prazo das emendas, mas sem combinar com o grupo. Cinco dos nove presentes discordaram e tiveram aval da Procuradoria-geral da Casa.

A deputada pretende retomar os trabalhos na quarta (29). Mas os parlamentares já avisaram que vão esvaziar. Ou irão admitir que de nada valeu o mal-estar de ontem.
Fonte – Folha Pe

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