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Por trás do corona, sinais de uma briga surda

Na era Eduardo Campos, quando surgiam momentos de enfrentamento à grandes desafios as decisões eram tomadas em reuniões conjuntas com o prefeito do Recife. Tudo funcionava na mais perfeita sintonia . O comando era único e pertencia ao rei, no caso o governador.

O que se viu no último final de semana de reuniões emergenciais para o enfrentamento do coronavirus em Pernambuco quebrou a tradição, sendo aberto um novo paradigma. Ao invés de unidade de decisões, o que se viu foi uma separação entre Estado e Prefeitura.

Com um agravante: ao invés de esperar o comando e o start do governador Paulo Câmara, o prefeito Geraldo Júlio saiu na frente e anunciou medidas em separado. Decisões, aliás, que só cabiam o Estado como protagonista, como o cancelamento de eventos reunindo público acima de 500 pessoas e também a suspensão das aulas.

Câmara e Geraldo não se reuniram em conjunto em nenhum momento. Tomaram decisões em separado porque estão com as relações abaladas. Segundo o blog apurou, o governador não suporta mais as interferências do prefeito em sua gestão. Geraldo se acha o todo poderoso sucessor de Eduardo, homem forte que detém a confiança da viúva Renata Campos.

“Geraldo quer mandar em tudo, se acha o próprio governador e Câmara está saturado”, contou uma fonte palaciana. Entre sábado e ontem, ocorreram várias reuniões emergenciais para tomada de decisões sobre os efeitos do corona, mas Geraldo anunciava uma coisa e Câmara outra, chegando a confundir a população.

“Geraldo quer mandar em tudo, se acha o próprio governador e Câmara está saturado”, contou uma fonte palaciana. Entre sábado e ontem, ocorreram várias reuniões emergenciais para tomada de decisões sobre os efeitos do corona, mas Geraldo anunciava uma coisa e Câmara outra, chegando a confundir a população.

Recife, apesar de capital, não é uma ilha que foge ao controle do Estado. Tudo que Geraldo anunciou, e antes de Câmara, diz respeito à decisões que caberiam exclusivamente ao governador.

“Nunca se viu isso com Eduardo, nem mesmo no surto da Zica, que abalou Recife e o Estado”, relembra um velho aliado do ex-governador ao observar o que se deu nos encontros em separado Estado e Prefeitura do Recife no enfrentamento ao corona.

Parecia até que o Estado era governado por um partido e a Prefeitura por outro, num cenário de disputa política e eleitoral. O que está por trás disso tudo nos bastidores é uma briga surda. Câmara e Geraldo já não falam a mesma linguagem tem tempo. Estão brigados, briga feia, embora sem barulho.

O problema é que Geraldo, ambicioso e olho grande, já se movimenta antecipando 2022. Tem dito que vai eleger João Campos prefeito pelo seu poder e influência e já defende o não envolvimento do governador na campanha alegando que as pesquisas internas recomendam distanciamento de João do Palácio pelo altíssimo desgaste do governador e sua elevada rejeição no Estado, principalmente no Grande Recife.
Fonte – Blog do Magno

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