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PT em Pernambuco discute qual será o posicionamento do partido sobre o governo de Raquel Lyra

O PT de Pernambuco inicia, nesta quarta-feira (9), o cronograma de reuniões internas para fazer uma avaliação do processo eleitoral no Estado e discutir qual será o papel do partido em relação à atuação na Assembleia Legislativa (Alepe), diante do governo que será administrado pela ex-prefeita de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB), a partir de 2023.

“Nós estamos dialogando com a bancada e nossos aliados para termos uma Assembleia Legislativa com maior autonomia e com capacidade de debate, sem querer fazer nenhum movimento de não permitir que a governadora eleita implemente seu plano de governo. Queremos uma Casa mais ativa e vamos nos debruçar sobre como se dará essa relação”, avaliou o presidente estadual do PT e deputado reeleito, Doriel Barros.

Ainda segundo o dirigente, também será feita uma discussão com o conjunto de siglas que compõem a federação partidária – PV e PCdoB. “Nós vamos escutar os partidos da federação para construir esse entendimento. Também vamos avaliar qual será o comportamento da governadora e de que forma ela vai iniciar seus trabalhos, se vai buscar dialogar com todos ou fazer um movimento apenas para os deputados que estiveram em seu palanque”, explicou o dirigente.

Presidente nacional do PCdoB, a vice-governadora Luciana Santos disse que essas discussões não serão feitas de forma açodada, e lembra que a comissão de transição de governo ainda não foi instalada.

“Isso vai ser fruto de muito debate. É claro que Raquel teve ao seu lado forças de oposição a Frente Popular, mesmo que algumas dessas lideranças políticas já tenham participado dessa Frente. Majoritariamente ela represente esse conjunto que disputou conosco, e tudo será levado em conta”, afirmou Luciana.  

Esse posicionamento político deverá ser definido próximo ao período de início da nova legislatura. No entanto, a senadora eleita Teresa Leitão (PT), ressaltou que o próprio resultado das urnas, no primeiro e segundo turno, onde os petistas apoiaram Danilo Cabral (PSB) e Marília Arraes (Solidariedade), respectivamente, já coloca o PT no campo da oposição.

“Nós vamos nos posicionar sim, mesmo havendo um processo de diálogo aberto pela própria governadora com o presidente Lula. Precisamos ver como o processo nacional também vai se desenhar”, afirmou Teresa.

Ele também destacou que na esfera legislativa a dinâmica envolve outras questões que vão além do bloco da oposição ou do governo, como as articulações internas para a escolha da Mesa Diretora. A federação PT, PV e PCdoB tem sete representantes na Alepe: Doriel Barros (PT); João Paulo (PT); Rosa Amorim (PT); Gilmar Junior (PV); Joaquim Lira (PV); João de Nadegi (PV); João Paulo Costa (PCdoB).

“Essas discussões vão ser conduzidas em busca de um consenso. O PT, com essa quantidade de deputados, pode ter um cargo na Mesa Diretora ou reivindicar como federação. E quanto aos nomes, devemos avaliar o perfil. Nós tivemos poucos presidentes nos últimos 20 anos, então deve-se escolher bem direitinho”, avaliou Teresa, que já ocupou o cargo de  segunda-secretária na Mesa Diretora.

Para o senador Humberto Costa, o PT vai conduzir esse processo de discussão sobre o desempenho do partido nestas eleições, a atuação enquanto federação e qual vai ser a relação dentro da Frente Popular, com responsabilidade.

Questionado se o aceno feito por Raquel Lyra em dialogar com Lula poderia pesar nesse posicionamento, o parlamentar explicou que politicamente Raquel e o seu palanque atuam em campos diferentes do PT e seus aliados.

Fonte – JC

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