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Marília Arraes defende projeto nacional com Lula à frente e mantém críticas ao PSB

Cumprindo mais uma agenda política em Petrolina, a deputada federal Marília Arraes (PT) afirmou que a disputa pelo Governo de Pernambuco em 2022 deve ser analisada em separado do projeto maior do seu partido: a consolidação de um amplo palanque de forças em torno de uma nova candidatura de Lula, maior líder do partido, à Presidência da República. Em entrevista ao Blog do Carlos Britto nesta quarta-feira (7), Marília admitiu, inclusive, que o PSB possa estar incluído nesse projeto.

Desde sua saída da legenda socialista, há cinco anos, a deputada tem feito duras ressalvas ao seu ex-partido, sobretudo após as eleições municipais do Recife, em 2020, quando saiu derrotada para seu primo João Campos à prefeitura. No entanto, Lula e o PT cogitam uma reaproximação com o PSB para o pleito do ano que vem.

“O Partido dos Trabalhadores tem conversado com todos os partidos. Lula esteve com Fernando Henrique (Cardoso), com lideranças de centro-direita e da centro-esquerda. São articulações que devem ser feitas para que, nesse momento em que o Brasil vive o caos, a gente possa sair com uma alternativa, que é o presidente (sic) Lula, que está cada vez mais recebendo apoios da população em geral”, argumentou.

Mesmo que o PSB decida apoiar o projeto nacional do PT, ela defende não apenas o lançamento de mais um candidatura das oposições ao governo do Estado, como também que esses eventuais candidatos possam estar no mesmo palanque em nível nacional. “Que a gente possa agregar todo o Estado em torno de uma candidatura do presidente Lula, e que a gente possa ter uma candidatura própria (ao governo) para defender o legado do partido, o que o PT fez, o que Lula fez, a importância que ele teve para Pernambuco e para o Brasil”, ponderou.

Coerência

Marília, no entanto, rechaçou qualquer possibilidade de servir de “moeda de troca” num apoio do PSB a Lula. Nos bastidores, por exemplo, já se cogita que ela pode ser convidada pelos socialistas para compor uma chapa majoritária como candidata a senadora. “Na política, pra gente mudar de opinião tem que acontecer algo muito concreto. A gente não pode dizer às pessoas que confiam, que veem esperança na gente, e dizer: ‘olhem, teve uma negociação e mudou tudo, esqueçam tudo o que eu falei’. Isso não é do meu perfil. Não vou rasgar minha coerência por conta de um cargo”, argumentou.

Marília observou, ainda, que o momento é de aguardar o posicionamento do seu partido, quanto à questão nacional, para daí tomar suas decisões em nível estadual. Mas o tom da petista ainda é de crítica em relação aos socialistas. Prova disso está no fato de afirmar que os partidos de oposição no Estado precisam se entender melhor para 2022, porque vêm perdendo para seus próprios erros de estratégia. “O que temos observado nos últimos anos é que a oposição tem perdido para o PSB, e não que o PSB ganhou as eleições. O PSB ganhou as eleições em 2018 com um governador rejeitado por 75 % dos pernambucanos, e se você rodar uma pesquisa hoje, o governador continua com esse índice de rejeição”, alfinetou.

O ex-prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), também não escapou das críticas de Marília. Segundo ela, o então candidato João Campos, que o sucedeu, “escondeu” Geraldo Julio na campanha municipal por conta de graves denúncias contra sua administração, e pelas quais está sendo investigado pela Polícia Federal (PF). “A gente (oposição) tem uma oportunidade de ganhar. O que não pode é ficar sem se entender e acabar perdendo para o PSB”, finalizou.
Fonte – Carlos Britto

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